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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Será que um dia vamos viver num mundo sem rótulos?

Vivemos numa sociedade que nos rotula conforme nossos comportamentos, condição social, se somos gordos ou magros,se diz o que pensa ou luta pelos direitos é criador de casos, somos conhecidos geralmente por algum rótulo que possivelmente não temos conhecimentos: Como aquele careca, manco, e por ai vai...

Será que um dia vamos viver num mundo sem rótulos?

Só quando transformarmos em apenas espíritos.
Enquanto seres de carne e osso, nunca será possível, talvez seja isso que nos mostre como somos falhos, mais lindos como as estrelas do céu, umas brilham mais outras menos e isso transforma as noites em sinônimos de poesias...
Tal como uma árvore velha e torta, mas é ela a escolhida pelos pintores e pelos fotógrafos.
As pinturas perfeitas, não são pinturas, são fotografias.
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Enfim está nos defeitos a beleza real do mundo que estamos dilapidando, se vamos conseguir? Não sei...
Creio que seja impossível, caso acontecesse não haveria mais necessidade de estarmos por aqui...
Rivaldo R.Ribeiro

sexta-feira, 7 de março de 2014

Falsos amigos.


A tristeza bate fundo no coração, quando se recorre a um suposto amigo(a) e não é ouvido, nesses casos é melhor valer-se da oração.
O Mestre nos ensinou sobre isso... 

Rivaldo R.Ribeiro

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

TEMPO, POR QUE NÃO ME DÁ MAIS UM POUCO DE TEMPO.

Queria eu ser dono do tempo, mas não, ele é cruel, nos escraviza, nos limita...
Queria eu escrever mais, sonhar mais, apreciar mais o mundo,
Mas o tempo é cruel...
Dias vão rápido como um sonho ou pesadelo, sei lá...

Tempo por que não me dá mais um pouco mais de tempo?
Acho que preciso de duas vidas para realizar tudo que imagino...
Mas o Tempo é cruel ele não permite, e os sonhos se diluem a cada segundo...

Toda manhã olhamos para o dia...Toda tarde procuramos o sol, e ele está indo mais uma vez...

A vida se despede!!!... Envelhecidos numa cadeira adormecemos no cochilo da tarde...

Rivaldo R.Ribeiro.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Recordações dos tempos das charretes...

Sou natural de Ubarana-SP, naqueles tempos eu ainda com uns 06 ou 07 anos, imagina nem a BR-153 existia. A estrada que dava para Promissão, Avanhandava, Rio Tietê, era essa que passa ao lado da Santa Casa e leva a Santa Luzia.
Lá na frente ela faz um bifurcação e à esquerda tomava rumo para Ubarana, passava pela Rua do Comércio daquela cidade, isso bem em frente a casa do meu avô Salomão Aued.
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Logo a frente saindo da Vila tem um riacho, bem ali começava o Sítio do meu pai. Bem para encurtar a história que vai longa...Lembro dos dias que vinhamos de charrete fazer compras aqui em José Bonifácio, usando essa estrada, era um dia inteiro de uma deliciosa viagem. Meu pai cuidadoso e amoroso com seus animais, sempre dava uma paradinha para que o cavalo ou égua descansavam e tomavam agua em algum riacho pelo caminho. Enquanto isso nós comíamos nosso lanche preparado por minha mãe, geralmente uma farofa de frango caipira, pois era o que tinha na época.
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Lembro da Fazenda do Lino Marassi,do sítio dos Baillos, do sr. Sanito que foi um dos grandes amigos do meu pai e tantos outros que ele tinha ao longo do caminho. Quantas chuvas, temporais tivemos que nos abrigar na casa de algum deles.
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Chegando aqui em José Bonifácio, logo em seguida eu e minha irmã choramigávamos pedindo sorvete e pão com mortadela. Que delícia! Esse lanche agente fazia na Padaria do Catelan. A charrete era acomodada com cavalo e tudo nos fundos do bar do Japonês, que havia na esquina próxima do Banco Itau, não deviam ter permitido que demolissem aquela construção, era uma construção japonesa autêntica.*******Bom, depois disso, tinha duas lojas que agente escolhia para comprar nossos riscados de passeio e de trabalho: as Lojas Riachuelo e Pernambucanas.
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Já pelo meio do dia, cavalo descansado, alimentado com água e milho. Lá íamos nós de volta para nossa pequena casa nos arredores de Ubarana na nossa charrete de roda de pneu e veja que foi uma conquista, pois ainda havia as de roda de madeira. Mas com todo esse sacrifício, tenho certeza que fora os anos mais belos e felizes da minha vida.
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Hoje com essa correria louca, homens públicos sem honra nenhuma que transformam as notícias em revoltas quase insuportáveis, nós os pacatos e honestos nos sentindo desvalorizados dentro de uma sociedade burra praticando um consumismo destrutivo e suicida. Ainda colocam o nome disso de progresso, não acredito...Progresso humano não.
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Isso agente vivia nos tempos das charretes...Quantas vezes agente encontrava com outra família pelo caminho, não faltava sorrisos, preocupações com a saúde dos filhos, como ia a roça, podia até ser um desconhecido, medo por que? Eramos todos amigos inocentes dentro do mundo e com certeza nesses casos sempre nascia uma nova amizade. Um grande abraço com muita saudades... ( Já sonhei escrever um livro sobre Ubarana, ainda não tive tempo e nem talento. Quem sabe um dia) . Estou de férias, acho que vou fazer esse caminho de recordações, como não tenho charrete, vou de fusquinha mesmo, que é valente tanto como...


terça-feira, 29 de outubro de 2013

"OLHAR DE OPINIÃO “

Rivaldo R. Ribeiro. 
"As pessoas inteligentes não têm medo da verdade, porque sabem comportar-se" (...) Os comportamentos das pessoas são geralmente medidos por toda a sociedade; este olhar de opinião é o que determina que somos sócios e que participamos desta sociedade, e sinaliza se estamos preparados ou não a participar desta mesma sociedade, como tal temos de cumprir regras que disciplinam a moral, o respeito, a ética, boa vizinhança, evitar atitudes que podem incomodar outras pessoas, afinal os nossos limites e direitos termina aonde começa o do outro. 
Os políticos vivem de olho nas pesquisas de opinião publica, porque democraticamente pode ser a luz que iluminará os caminhos dos governantes e por meio delas traçarem diretrizes para seus governos ou para serem eleitos, pois a sabedoria popular é irrefutável, e sua opinião pode ter um grande poder transformador.
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David Hume, em seu livro Ensaio sobre o Entendimento Humano, escrevia: "Embora os homens possam ser governados pelo interesse, ainda o mesmo interesse em si, todos os afazeres humanos são governados pela opinião pública". 
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O olhar de opinião não se perde na memória, e tem uma incrível capacidade de relembrar o que fomos e o que aprontamos, notadamente nossos erros, porque acertos e vitórias os ciúmes e invejas alheias fazem questão de esquecer, porem os erros se tornam uma cicatriz inquietante que nenhuma plástica resolve. 
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E para que não sofremos as conseqüências do terrível olhar de opinião, é aconselhável que não sejamos como os bêbados ou irresponsáveis que a 140 km por hora atropelam e matam. Os que obrigam os idosos a atravessarem a rua correndo, pois acredita que seu veículo não pode esperar alguns minutos. 
Aos tiranos comportamentais que invadem as avenidas com o som de seus carros acima do permitido, proibindo o sono reparador duma semana de trabalho ou vida inteira. 
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Dos que realizam "festas e bailes" sem o necessário isolamento acústico (Como é duro tentar dormir, descansar de um trabalho honesto e não conseguir). 
Dos que praticam a corrupção descaradamente roubando nosso dinheiro suado, dos que são inflexíveis... Dos que... E por ai vai... Até o momento que alguém os incomoda, ai como se diz: pimenta nos olhos dos outros e refresco. 
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Concluindo, procure usar sempre a sua boa parte porque ela nunca lhe será tirada. Seja inteligente! Nós não temos nada com a vida dos outros, será mesmo? Quantas vezes perdemos o sono, a tranqüilidade por causa das loucuras, maldades e irresponsabilidades alheia, quando nossos filhos estão se divertindo ou trabalhando, nossa preocupação com parentes no transito, com assaltos, falta de respeito, falta de educação dos filhos dos outros que ameaça os mais velhos, e os que estão a nossa volta será que todos dirão a verdade a nosso respeito? Por via das dúvidas eu vou me resguardar procurando agir da melhor maneira possível, para que meu comportamento não prejudique aos outros e como um bumerangue, a mim mesmo. 


sexta-feira, 5 de abril de 2013

ANIMAIS ABANDONADOS


Esses são nossos dois guardiães, o pretinho nasceu em casa, o branquinho foi adotado. Estão sempre alertas a qualquer movimento estranho na rua e na casa.
São dois amiguinhos com certeza darão suas vidas por todos nós da familia.




"Para os anjos de quatro patas abandonados, somos deuses e sua esperança.
A vida e feita de altos e baixos, muitas vezes torcemos para que alguém nos veja e nos ajude. ..
Uma experiência que nos leva a compreender o que seja abandono...

Rivaldo R.Ribeiro"


terça-feira, 26 de março de 2013

As formigas são traiçoeiras e corruptas, diz estudo.Vocês conhecem uma sociedade parecida?

(Rivaldo R. Ribeiro-José Bonifácio-SP)

Eu fui criado na zona rural e tinha um verdadeiro fascínio pelas formigas.

Sempre acompanhava seus movimentos em filas indiana, na busca de alimentos ou mudando de endereço.

E muitas vezes elas travavam verdadeiras guerras entre outras espécies de formigas, eram batalhas violentas que deixavam muitas mutiladas, sem pernas, sem cabeça, e no final era um verdadeiro amontoado de formigas feridas, muitas delas sendo levadas pelas inimigas provavelmente para servirem de alimentos aos filhotes. Portanto elas são canibais.

Mas entre a mesma espécie, eu nunca tinha ouvido ou visto que seriam desonestas dentro da sua própria comunidade. Contudo em sempre notava uma semelhança com a sociedade humana, mas as admirava considerando melhores do que nós, porque são prestativas, companheiras, ordeiras, suas funções são bem distribuídas, não são egoístas, enfim uma verdadeira sociedade utópica de colaboração umas com as outras.

Eu qualificava os formigueiros como cidades ou países, colocando nome em cada um que encontrava pelo quintal. E isso nos ajudava em geografia, pois os nomes escolhidos encontravam-mos no mapa do livro escolar.

Minha irmã mais nova também tinha suas cidades de formigas, que muitas vezes nas nossas brincadeiras de criança fustigava-mos os formigueiros para provocar guerras entre elas, que no final terminava em desentendimentos entre eu e minha irmã, e nossa mãe atuava como juiz para resolver nossas pendências, quando a conversava não resolvia os chinelos entravam em ação...

Enquanto isso nossas amigas travavam verdadeiras carnificinas numa guerra que foi provocada por duas crianças.

Assim eu sempre soube que havia uma grande semelhança entre os seres humanos e as formigas, e agora os cientistas vem com essa: que elas são traiçoeiras e corruptas, vocês conhecem uma sociedade parecida? ...

Leia mais:  http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/03/080313_formigasegoistas.shtml



domingo, 10 de fevereiro de 2013

HUMILDADE: São Tomás de Aquino

"A humildade é o primeiro grau para a sabedoria"
São Tomás de Aquino

Uma das qualidades mais lindas que acho no ser humano é a humildade, pois ela é a fonte de todas as coisas, e nos livra de todos os dissabores da vida.
Peço sempre a Deus que me conceda um pouquinho de humildade e sabedoria para conseguir contestar o errado para que não me julguem arrogante ou dono da verdade,mesmo porque a verdade por si só já possui sua própria luz...

PAZ E BEM!
(Rivaldo R.Ribeiro)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Um caso de Trânsito



"A pequena história que conto abaixo pode ser trágica, de impacto, porem é uma forma que encontrei para alertar sobre o perigo do trânsito, que nesta semana eu presenciei por duas vezes perigo real de atropelamento de crianças que vinham das escolas, que por uma Providência Divina não ocorreu, evidentemente escolhi os nomes das personagens não convencionais".

A jovem Ostra e um rapaz que se chamava Mar se amavam muito, começaram seu namoro com muitos sonhos, planejavam isto e aquilo, uma casa que fosse pequena, mas confortável, juntaram suas economias e os restantes preitearam o financiamento na Caixa, se sujeitaram a alguns anos de sacrifícios e assim conseguiram quitar sua casa, agora prontos para o casamento, a felicidade era total, o mundo girava em torno deles, assim planejavam a vinda do primeiro filho....

A jovem Ostra então ficou grávida , foram nove meses de expectativas e preparativos: o berço bem decorado a espera do filhote, a pintura nova do quarto etc. Depois da barriga enorme, mal estar natural das gestantes... O nascimento foi lindo, nasceu uma criança que trazia luz para aquela pequena casa, e resolveram dar-lhe o nome de Pérola.

Passaram-se alguns anos, depois dos primeiros passinhos, primeiro tombos, agora tinha que ir para escola, os pais com orçamento apertado ficavam o dia todo fora trabalhando, então Pérola aos cuidados da avó aposentada, tomava seu banho seu café e ia à escola. Dona Ostra sempre aconselhava a pequena Pérola dos perigos das ruas, se pudesse a levava a escola mas tinha que trabalhar, não podia atrasar o chefe não entenderia.

Nos primeiros anos a avó de Pérola procurou leva-la, mas uma artrite a impediu que continuasse nesta amorosa tarefa, e acreditando que Pérola agora saberia conduzir-se nas ruas, ela tinha que encarar os veículos como inimigos fatais.

Mas como toda criança a distração faz parte de seu comportamento infantil, um dia Pérola distraída atravessou correndo sem olhar, não era uma rua perigosa, ali não havia necessidade de altas velocidades, contudo a correria dos que perseguem o inútil não notou a pequena criança, seu corpo foi arremessado ao solo... ferida não conseguia mover-se... ao redor curiosos olhavam aquela situação trágica... o motorista assustado ou covarde evadiu-se... a pequena ali no asfalto quente esperava socorro, uns lamentavam com pena, outros não sabiam o que dizer, outros diziam palavras de ofensas a estes malucos do transito, enquanto isso Dona Ostra e Sr. Mar trabalhavam duro na esperança duma vida melhor a Pérola: melhores estudos, para que quando adulta não sofreria tanto, e sonhavam com uma família que pudesse se reunir com mais freqüência, pois sentiam muitas saudades de Pérola.

Naquele instante o Chefe aproximou-se de Dona Ostra, agora amável, bem educado, um amor de pessoa! pois tinha que dar a terrível noticia...

No hospital Dona Ostra e o marido num canto calado com o desespero contido pela fé, lagrimam os olhos, sentiam-se sozinhos e desamparados, os sonhos estariam perdidos? Esperavam o pior..as horas eram de angustias terríveis, mas quem tinha o nome de Pérola tinha que brilhar.

As enfermeiras e os médicos corriam pra cá e para lá, e os dois ali quietinhos não tinham coragem de perguntar sobre a pequena criança, pois tinha receio do pior, atravessou-se à noite, já de manhãzinha Dona Ostra num cochilo rápido sonhou com um "anjo" que se aproximava e tinha nas suas vestes brancas um brilho intenso, acordou de repente e viu diante de si a pequena Pérola de mão dada com uma enfermeira: tinha curativos, uns pequenos corte na testa, nada mais...

"Não poderia permitir que nada de ruim acontecesse a esta personagem, mas o nosso trânsito corre este risco, pensem nisso, qualquer um de nós pode destruir um sonho, não devemos encarar os pedestres, crianças ou velhos, como se não fossem ninguém, como se não fossem amados por Deus, pelos parentes, pelos vizinhos, por todos que os conhecem, como se não sentissem as terríveis dores dos traumas de um acidente, e ai??".




O MENINO E OS GIBIS(Conto de Natal)


As sacolas estavam carregadas de compras, no trânsito os motoristas buzinavam sem parar, os estacionamentos estavam lotados como se não houvesse espaço para mais ninguém, mesmo assim como milagre tudo se movia, as lojas vendiam, as pessoas compravam, o mundo girava.
No meio disso tudo um homem caminhava preocupado com o pouco dinheiro que tinha nos bolsos, onde poderia encontrar algo para presentear seu pequeno filho?
As lojas eram grande demais, o que ele iria fazer dentro dumas delas? Entrou desconfiado que os outros estivessem desconfiando dele. Os vendedores olhavam para ele sem muita pretensão de alguma venda substancial, respondiam a alguma pergunta com aquele jeito despreocupado sem olhar no seu rosto. Enquanto isso outros clientes que denunciavam boas vendas eram imediatamente atendidos.

Em casa o menino sonhava com papai-noel, presentes, alegria, mas de vez em quando abaixava a cabecinha miúda, era pequeno ainda, mas ouvia e sentia as dificuldades diárias da família. Esse sonho de natal não podia pertencer a sua vidinha de bolinha de gude, figurinhas, e doces baratos que já estavam causando-lhe caries que no futuro seria outro problema, poderia ficar desdentado e desfigurando a sua aparência de um menino bonito e perfeito.

O homem cabisbaixo e com movimentos tímidos saiu da loja, deu uma ultima olhada nas vitrines e a mercadoria mais barata que ele viu estava muito acima dos seus 5,00 reais.
Introspectivo passava em frente de diversos bares e pensava: "a pinga é barata e afoga muitas mágoas do ano que estava no fim, dos favores que fez, do seu comportamento submisso e obediente, e o resultado foi terminar o ano com pouco dinheiro no bolso." E o menino da cabecinha miúda?Sonhava com o papai-noel. Empurrou a nota para o fundo do bolso como se a obrigasse a ficar bem longe de outro destino, continuou andando sem esperança de comprar o presentinho para seu filho.

O menino da cabecinha miúda sempre ficava com os joelhos esfolados ao se arrastar pelo chão brincando com as bolinhas de gude, era um craque nas vizinhanças e sempre tinha as bolinhas mais coloridas que pareciam verdadeiras jóias.

Na praça que o homem sempre atravessa para ir ao trabalho, quantas madrugadas frias, quantas nevoas úmidas, chuvosas, ou deliciosas nos dias calorentos do verão porque ali a brisa corria livre, passava pelos mendigos que dormiam despreocupados, e sempre imaginava qual a diferença de si e eles: são pobres, mas livres.

Naquele dia não tinha ânimo de voltar para casa e enquanto caminhava observava as novidades: eram tantas coisas que nos dias corridos não tinha prestado atenção uma delas foi uma banquinha de jornais e revistas.
Parou diante dela, olhou para o proprietário o homem olhou para ele, como sempre ele ficava desconfiado que desconfiassem dele, às vezes dava razões a eles, pois o mundo está cheio de malandros.

Mais adiante numa loja de eletrodomésticos as TVs mostravam todos os canais, noticias, filmes, novelas etc. Num dos canais apresentavam um telejornal e o apresentador dava conta que os deputados haviam aumentado seus salários em quase 91%. E ele trabalhava o mês inteiro, sem faltas, atrasos, obediente, fazia favores e o que recebia estava muito longe daqueles salários e levaria anos para tentar juntar apenas uma pequena parte daquelas, e nos dias de eleições ele chegou a ser importante, todos lembravam dele e dos seus companheiros, pobres como ele. Quantas promessas! Quantas soluções! Ele acreditava mais uma vez que tudo iria mudar, mas percebeu que tudo parecia que continuava no mesmo jeito: teria que ser obediente, fazer favores... Reclamar?Seria considerado criador de casos... Fazer o que? O mundo é assim mesmo, injusto. Conformado foi adiante...

Ali entre os seus devaneios sentiu um puxão forte nas suas calças, olhou e um garotinho lhe disse "moço tem R$1,00? Eu queria comprar uma revistinha de quadrinhos".
Naquele momento o homem descobriu o presente para o "cabecinha miúda", pois era dessa forma carinhosa que ele se referia ao seu pequeno filho, tinha R$ 5, 00 daria para comprar 5 revistinhas, iria escolher as melhores histórias, quem sabe não seria o ponto inicial para o futuro do seu filho, poderia despertar nele o gosto pela a leitura.

Voltou à banca de jornais e revistas desconfiando que desconfiassem dele, pois era a segunda vez que estava ali. Ao lado esquerdo havia diversas revistinhas amontoadas e o cartaz avisava R$ 1,00. O jornaleiro aproximou-se com um semblante preocupado: com as bochechas caídas, com cigarro no canto a boca, a testa franzida, passando a mão no nariz com se limpasse alguma coisa. Com certeza passava pela sua mente uma indagação, o que aquele homem pretendia? Assim o homem lhes disse:- "tenho R$ 5,00 e preciso comprar um presente de Natal para meu menino, vou levar cinco dessas revistinhas, por favor, ajuda-me na escolha?".

O jornaleiro comoveu-se com aquele pobre homem, indicou as melhores revistas infantis e de brinde deu-lhe um livro e mais 1 revista.

Próximo dali o menino da praça que havia pedido R$1,00 para comprar uma revista olhava para o homem e sorria, o homem se lembrou do seu desejo, desse modo iria presenteá-lo com a revistinha que ganhara de brinde, no entanto quando olhou de novo não havia mais ninguém, procurou pelas redondezas, perguntou a todos, e ninguém soube dizer quem era o menino...




terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ar e água


Vivemos num mundo irreal, de faz de conta, uma história mal contada:- vão dizer os do futuro.

Quem chegar no futuro não irá acreditar no modo de vida que vivemos hoje, essa ponte que balança mas não cai, tempos que nos leva a imaginar que somos maiores do que o próprio Deus.

Os que sobreviverem a esse terremoto de maluquices terão compreendido que nossa existência se fundamenta apenas num detalhe respirar e beber água.

Deus é isso: grande por ser o ar e a água, portanto a vida.

O resto o homem inventou para torná-lo esse ser sem sentido, que gira em torno de si próprio e descobre que no final das contas a primeira coisa que pede quando se perde num deserto é ÁGUA.

terça-feira, 24 de julho de 2012

"PEQUENA HISTÓRIA DUM IDOSO" por Rivaldo Roberto Ribeiro


Segunda-feira, o tempo está nublado e cinzento, parecia que não ia chover muito, mas caia uma garoa fria e intermitente. Depois de cumprir na vida com suas obrigações, caminhante deste mundo a tempos, Berto está sentado num banco daquele café, observando todos que passavam, via neles seu passado de sonhos, via neles uma indiferença egoísta cada um com a cobiça de alcançar fortunas e sucesso, que com certeza não chegarão a todos. Melancólico, só restava a saudade das crianças e da sua juventude...

Mas Berto sempre foi um homem que questionava a vida e seu sentido, assim resolve que seria um velho alegre e feliz. Tinha sabedoria, sabia contar muitas estórias para os netos, iria realizar algumas travessuras, pois a idade lhe permitia isso. Pegou o guarda-chuva e foi caminhando com cuidado lembrando das recomendações de sua esposa, "se quebrar algum osso, meu velho nessa idade é difícil de se ajeitar", pois a rua parecia lisa. Era a primeira Segunda - feira que não tinha para aonde ir... Voltou para casa.


A sua mão traduzia uma vida dura e honesta, com calos e cicatrizes, que atestavam os seus esforços na tentativa duma vida melhor a si e aos seus, hoje um sobrevivente herói na construção dum país que às vezes não o reconhece, ficar doente? O SUS assusta...

Sua mão deformada com nós nos dedos pelo esforço é comovente (...), quando ele com um gesto lento passou sobre a boca o polegar curvo, que tantas vezes usou como alicate, anos de arrebatamento e trabalho, do cansaço e por fim a sonolência da tarde.

Agora não se pode exigir do seu corpo a juventude, a sua coluna já curva e pouco móvel não sustenta o seu peso como antes. Seus olhos perdem o brilho e exige o auxílio das lentes. O ouvido perde a sua sensibilidade e a saliva diminui comprometendo a digestão. A musculatura enfraquece e diversos outros órgãos funcionam com mais dificuldades. A sua identidade se revela na sua pele mais escura e com as rugas, e seus cabelos brancos denunciam a sua sabedoria e o pecúlio do espírito humano.

Berto sempre fez das suas narrativas aos mais jovens como se estivesse pedindo perdão pela sua velhice. Contava sempre que ajudou a construir o hospital da cidade, o clube, a igreja, aquela ponte, a escola etc. Desconfiado da falta de crédito, afirmava que tinha fotografias, evitando assim a descrença ou o sarcasmo dos ouvintes.

Numa dessas reuniões familiares, Berto ouve da sala da frente que é bem pequena, sua esposa Dona Vitória, com sua voz doce e conciliadora sendo entrevistada pelos seus netos. Curiosos como todas as crianças, queriam saber sobre tudo. Dona Vitória com seu jeito envolvente, sua paciência, seu carinho maternal de vó, respondia a todas as perguntas que eram disparadas sem parar. No meio daquela balbúrdia, aproveitava a oportunidade para ressaltar seus exemplos quando menina: de obediência, seus valores morais e religiosos, o respeito que foi dispensado as seus pais e mestres, e principalmente aos mais velhos. Qualidades que hoje lhe rende um carinho especial da sociedade local.
Berto, com a vista turva descobria que o tédio das horas constantes terminara, e o sentido do resto da sua vida estava ali na sua frente..., Tinha uma família maravilhosa..., afastou-se com os passos lentos e macios, e começou a planejar a sua primeira travessura, iria encher algumas bexigas coloridas, comprar um saco de balas, convocar os netos e bagunçar a casa, e com isso já matutava alguma desculpa a um possível protesto de Dona Vitória...



segunda-feira, 23 de julho de 2012

A TECELÃ,

A TECELÃ...  (Rivaldo R. Ribeiro)

Uma artista que não assina suas obras está sentada com um semblante de sonhos e sono tecendo na sala.
De forma improvisada com sua agulha como se fosse uma varinha de condão entrelaça os fios de algodão como se fossem fios de ouro, criando trabalhos em forma de folhas, flores, animais e formas geométricas que serão recompensados com pouca esperança de valores materiais, mas se sente feliz em ver a sua obra terminada, como toalhas, cortinas, tapetes, almofadas etc.
Na loja, o novelo de barbante inerte calado, não imagina no que será transformado quando desce das prateleiras e vai para as mãos da tecelã. Não será mais usado para amarrar pacotes, sabe-se lá com o que dentro. Será transformado na beleza, admirado, enfeitar os ambientes, preencher os vazios, com as formas que a tecelã já imagina em criar, que tantas vezes sem medir esforços acorda bem cedo quando o sol ainda se mexe devagar com o rosto no travesseiro, para que as suas inspirações cheguem mais nítidas, e às vezes sofre por não saberem reconhecer o seu esforço.

-Nossa mãe!...A primeira voz que a tecelã ouve, é sua filha que é já uma poderosa força vital feminina que acorda. Nossa mãe! Que lindo... Esse é nosso? A tecelã respondeu que sim... Porém...

Em tempos difíceis a tecelã recorre a força de suas orações e de porta em porta expõe seu trabalho da melhor forma possível, muitas vezes a olhos que nada vêem e não imaginam a profunda fé e esperança que ela depositou naquele trabalho, pois será impalpável esta fragrância divina, mas ela não desiste... Seu caminho é aquele... Logo a frente encontra olhos que enxergam claramente a autenticidade de sua criação...

De volta para casa, a amiga da vida duplica sua alegria com seu sorriso cativante, irá comprar outro novelo de barbante que será transformado em outra obra de arte, e salvo do destino de amarrar embrulhos e pacotes, mas agora é outro momento, deixa a agulha de lado que irá descansar de seu balé, assim volta para seus sonhos: preparar os filhos para irem a escola...

A tecelã não imagina que no seu modo simples e batalhador, é um molde para que seus filhos a seguem no exemplo na construção de seus próprios destinos, que é o fermento que transforma a sua família numa massa homogênea de amor, união e fraternidade, êxito que nasceu na qualidade de sua coragem.

Assim vejo minha esposa, que Deus um dia me deu de presente, acrescentando nossos dois filhos, e às vezes a incapacidade de entender o que realmente interessa reclamamos da vida...

Meu espírito se compraz de três coisas que têm a aprovação de Deus e dos homens:
A concórdia entre os irmãos, o amor dos próximos, e um marido e mulher que se dão bem entre si. Eclesiástico. 25,1-2.


"Jacira ou Fia como gosta de ser chamada, eu ti amo minha querida esposa."




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domingo, 1 de julho de 2012

"ULTIMA FLOR DO LÁCIO"

"Ultima flor do Lácio", usa-se esta expressão para designar a língua portuguesa que teve a sua origem como a última das línguas derivadas do latim, sendo "Lácio" o nome da região da Itália onde fica Roma. Quem criou a expressão foi o poeta brasileiro Olavo Bilac no seu soneto LÍNGUA PORTUGUESA, no primeiro verso onde se lê "Última flor do Lácio, inculta e bela", inculta porque já naquele tempo sofria maus tratos, e continuava bela...

Num país gigante como o nosso, seu regionalismo, suas diferenças sociais levam a população a falar alguns dialetos, ou modificações na pronuncia na linguagem coloquial, tornando-se as palavras em seres vivos mutantes, como numa fluidez de água corrente, misturam-se idéias, confunde-se, tornando-se sua "foz" mais forte, mais sonora e dinâmica, criando assim a sua identidade própria.
A discriminação, preconceito, e menosprezo a alguém que fala com erros na pronuncia, não faz sentido, e chegam e ser cruéis, porque a culpa não lhes cabe e todos nós sabemos disso, mas mesmo assim nas suas colocações e a ignorância da sintaxe não quer dizer que não estão falando corretamente língua portuguesa, que na sua complexidade poderíamos cometer enganos ao apontar algum erro nesta linguagem, que possivelmente estariam corretos graças a muitas variantes regionais e dialetos, que são genuinamente populares dentro da cultura e já arraigados.

Assim justamente com capacidade de se eternizar, definindo a nossa brasilidade.

Exemplos como bravo e brabo, assobiar e assoviar; é um processo que já ocorria no Latim Vulgar e se transferiu para nossa língua, sendo ainda muito presente também no Norte de Portugal, onde se ouve, por exemplo, barrer onde diríamos varrer; nesta formação de derivados já existe sinais no Rio Grande do Sul entre bravo e brabo da adoção exclusiva de brabo, assim estas alternâncias de fonemas aparecem com frequência, entre muitos outros.

Portando estas variantes linguísticas, são típicas de determinadas comunidades, ou regiões, enriquecendo o patrimônio cultural da língua portuguesa, que desde a sua origem lá no Lácio até os dias de hoje houve modificações, palavras e fonemas que foram criados no seio da população, onde sentimos o pulsar da vida, a existência povo brasileiro, magnificamente retratada nas obras de João Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha, Érico Veríssimo, Ariano Vilar Suassuna, nas músicas raiz, literaturas de cordel, que são imortais etc.

Quem faz a língua são os falantes, os gramáticos apenas a estudam, se não fosse assim, ainda estaríamos falando a língua do tempo de Camões. Em verdade, nosso repúdio deveria estar na prática dos estrangeirismos, que é confundido com elegância e civilidade, num delírio passivo ao domínio estrangeiro, e na linguagem simplificada na internet, que amputam sem direito a prótese. Também a infiltração de outras culturas merece o nosso repúdio, como o dia das bruxas (halloween), pois ignora nosso rico folclore, enraizado nos mistérios das religiões africanas e outras que ajudaram a formar o caráter do verdadeiro povo brasileiro.

"Ah! Como gostaria deslizar sobre as palavras da nossa língua portuguesa, expor idéias, sentimentos, ser um transmissor das impressões dos personagens que por mim passam cada um com suas histórias, que sofrem calados num mundo coletivo e individualista, que só a iniquidade é levada a sério, e o amor confundido com a hipocrisia".

O motivo que escrevi este texto foi a discordância com algumas pessoas que no alto de seus pedestais, às vezes ridicularizam algum deslize no linguajar de alguém que não teve a mesma oportunidade de se aprimorar nos estudos, e ficaram pelas estradas da vida criando novos dialetos, novas palavras, enriquecendo a nossa língua BRASILEIRA, assim e a eles que devemos a nossa identidade Brasileira, e não a quem fica macaqueando os estrangeiros.

ATRAPALHAÇÕES E PREOCUPAÇÕES. (Rivaldo R.Ribeiro)

Ainda estou na cama e isto coloca a memória funcionando... Ou será que não foi? Eu sou hoje um homem tão cheio de dúvidas. Não sei mesmo se fechei as portas e com isso não consigo dormir, chego até a sentir um peso no meu coração. Eu preciso dormir. Vejamos: na porta da varanda, ao checar o trinco eu fiz ploc-ploc com a língua contra os lábios.

Mas algo me incomoda, minha mulher sempre deixa a luz ligada da varanda quando meu filho sai para as baladas, eu sempre desligo, umas vezes é de pirraça, outras vezes é por causa da conta de energia, outras vezes por distração, mas isso implica na segurança dele, assim é melhor! Olho o teto do quarto e viro para o canto, ouço os barulhos da noite, parece meu filho chegando, não é... calço as sandálias vou para a cozinha tomar um copo de água, vejo que a luz da varanda está desligada. Caminho  para o quarto para tentar dormir, mas a luz da varanda está desligada, e quando meu filho chegar? Alguém poderá esconder no escuro e agarra-lo de surpresa, volto e bato a mão no interruptor e ligo a luz da varanda, e volto para o quarto para dormir, minha esposa resmunga, e pergunta se desliguei a luz da varanda, e respondo que não desliguei e sim que liguei...

A noite vai passando e meu filho não chega do baile, já é muito tempo que a luz está ligada, fico preocupado com a conta de energia, fico preocupado com ele na rua até àquelas horas, fico preocupado com dia que ainda no chegou, porque ainda não consegui dormir.

Meu cachorro late estranho, nunca o ouvi latir daquela forma, acordei minha esposa, preocupado com o latido do cão, e ela disse que ele estava latindo como todos os dias, eu é que estava ficando doido- " fique quieto e dorme" , disse ela. E novamente perguntou se eu não havia desligado a luz, e se nosso filho não havia chegado?? Eu disse que não, uma resposta para as duas perguntas...

A minha memória começa já a trabalhar nas coisas do dia seguinte, ainda não consegui descansar, e amanha será um dia duro, de muito trabalho, tenho que fazer isto e aquilo, o escritório está uma bagunça, não fiz o relatório que o chefe pediu, haverá muitas entregas e tenho de preencher muitas notas fiscais, atender os pedidos, etc.
Levanto novamente, e lembro do trinco da porta da varanda, será que meu filho levou uma chave, contudo não lembro se tranquei a porta, e agora estou em duvidas se liguei ou desliguei a luz, fui até a varanda a luz estava desligada, e quando liguei novamente a luz notei que moto do meu filho estava lá no lugar dela, fui ao seu quarto e para minha surpresa ele também já estava dormindo, pelo jeito há tempos, pois já roncava com seu ronco jovem, ai descobri que minha memória me traia novamente, estava preocupado com o dia seguinte, mas tinha me esquecido que seria domingo.

Voltei ao quarto, larguei-me na cama, só confirmei a pergunta da minha esposa, sim o nosso filho chegou... e adormeci o resto da noite sem nenhuma possibilidade de sonhos...

terça-feira, 26 de junho de 2012

A HISTORIA DOS PEIXINHOS.

A HISTORIA DOS PEIXINHOS.
(Baseado Se os Tubarões Fossem Homens-Bertold Brecht). 
Texto que resolvi trazer para nossa realidade social e política brasileira. 

(Rivaldo R. Ribeiro.)

No mar os peixes grandes sempre devoram os peixes pequenos, se fosse ao contrário precisaria de apenas de um peixe grande para alimentar um cardume inteiro de peixinhos.

Assim um peixe grande resolveu engordar um cardume de peixinhos, mas até certo ponto, pois temia que eles crescessem e ficassem fortes e inteligentes.

Nesse meio tempo apareceram outros peixes grandes que queriam também devorar os peixinhos, assim resolveram dar grandes festas com muitas musicas para atrai-los, para que ficassem felizes e se esquecessem de suas necessidades, ou cairiam fácil nas goelas destes novos peixes grandes.

No meio disto tudo, todos os peixes grandes começaram a se atacarem numa disputa terrível pela dominação daquela parte do mar. Começaram a formar grupos, cada grupo tinha um peixe maior como líder.

Então os peixinhos ficaram assustados imaginando qual seria a hora de serem devorados, e por causa deste medo os peixinhos começaram criar e imaginar desconfianças entre eles, e com isso a brigarem também entre si e se entregando uns aos outros direto na goela do peixe grande.

Um peixinho mais esperto então resolveu fugir e procurar uma solução para que os peixes grandes parassem com aquela covardia de devorar os peixinhos. Ficou dias escondido no meio dos corais até que num momento viu uma baleia, ela poderia ser a salvação, pois era gigantesca e com aquele tamanho todo não conseguiria enxerga-los, além disso com certeza iria afugentar os outros peixes grandes, assim seriam protegidos.

Sua heroína com seu corpo fazia sombras no mar, assim os peixinhos disfarçados se escondiam dos outros peixes grandes, contudo o problema não estaria resolvido porque os peixes grandes resolveram dar uma trégua na suas disputas pois já estavam de olho na baleia, assim se uniram em conchavos achando um meio de tirar a baleia dali, ou uma forma de devora-la. Se isso acontecesse começaria tudo de novo, o peixinho mais esperto pensou... Pensou...
E achou a solução: se todos eles se unissem formariam uma grande mancha escura no mar, confundindo e amedrontando os peixes grandes que nunca se atreveriam a atacá-los, pois pensariam que fosse uma outra baleia. Assim os peixes grandes confusos foram embora dali...

Depois disto o peixinho mais esperto convocou todos para uma assembléia, para decidirem se queriam festas de algumas horas ou que solucionassem seus problemas e necessidades em definitivo.

A assembléia foi reunida com muitas discussões, ninguém se entendia, uns queria falar mais alto do que o outro, no meio daquela balburdia toda, o peixinho mais esperto que já não era mais tão peixinho assim, foi chamado por um peixe grande para um acordo, dariam a festa com o dinheiro dos próprios peixinhos sem que eles percebessem. Assim o peixinho mais esperto subiu em cima duma mesa e avisou a todos que seria dada a festa, a gritaria foi geral de apoio a medida.

Foi marcado o dia, fizeram propaganda nos corais, nas carcaças dos navios afundados, todos os peixes ficaram sabendo, os que ficavam protegidos ou não, o dia chegou, os artistas se apresentaram por umas duas horas ou mais, depois pegaram seu dinheiro e foram embora, deixaram o fundo mar com muita sujeira e coisas desarrumadas.

O outro dia chegou... E velha rotina começava tudo de novo, agora os peixinhos mais velhos e os doentes foram aos médicos, um tinha que tratar uma barbatana quebrada, outro uma dor de barriga, outro com o coração um pouco fraco, doenças de todos os tipos foram aparecendo, ai... Assim houve muitos atritos com os peixinhos que ali trabalhavam, que não tinham nada haver com isso, ou tinham? Que por sua vez começaram a culpar os peixes grandes pela falta de recursos.

_Os peixes grandes culpavam todo mundo, falta de recursos, leis a serem cumpridas, enquanto isso muitos peixinhos estavam morrendo ou sofrendo muito, a alegria da festa foi apagada pelas dores, pela fome, pela ignorância dos próprios peixinhos que não souberam compreender o funcionamento dos mares que pode trazer de tudo: desde tubarões a algas venenosas.



quinta-feira, 7 de junho de 2012

"DE MÃOS DADAS"

Rivaldo R Ribeiro

Parece que foi ontem, nós ainda jovens sentimos num momento que era impossível um ficar sem o outro. Olhávamos a nossa frente: um longo caminho que teríamos que enfrentar. O casamento veio com uma linda esperança de felicidade, e atrás dos sonhos em comum seguimos em frente numa busca incessante.

Já se passaram curtos 30 anos de convivência, você soube compreender meus conflitos, aceitou-me do jeito que sou. Hoje olhando para trás, nossos dias, meses e anos foram belos porque foram vencidos, com certeza nossos elos foram feitos por Deus e com ajuda DELE superamos e superaremos tudo...

Você se tornou o esteio no nosso lar, uma mansão de oito cômodos. Sempre olha nossos filhos já adolescentes com a magia do seu amor, com um ritual sintonizado com sua fé, sua benção, sua energia amorosa, tornando-se uma mãe querida e protetora...

Quando eu estou errado, você mostra o certo.

Quando vacilo alheio as coisas, abre-me os olhos.

Quando me falta fé, você não deixa Deus esquecer de mim nas suas orações, que quantas vezes vi silenciosa de joelhos no nosso quarto pedindo a nossa proteção.

Sempre a meu lado transforma sonhos possíveis em realidade. Minhas asas são seu amor.

Me ajuda a ser bom. Me ensina a ser honesto.
Ao meu cansaço, a minha fadiga, o seu aceno renovador.
A meu nervosismo a sua calma.
As minhas angustias, o seu ouvido.
A minhas idéias tristes e deprimentes, seu sentimento positivo.
Quando a luz do dia chega é a primeira voz que ouço.

Hoje, olhamos para nossos filhos, pedindo as bênçãos de Deus para que encontrem nos seus caminhos alguém que também de mãos dadas com eles, os compreende e os amem, caminhem para o futuro e lá cheguem como nós felizes.
É certo que ainda temos muito caminho a nossa frente, agora juntos com eles, a família maior, o amor maior, as esperanças maiores, assim olhamos à frente num ponto qualquer no futuro, e juntos procuraremos nos nossos instantes perdidos que durante a nossa vida por inexperiência deixaram de ser aproveitados, que agora iremos ensinar a eles.

Essa crônica eu escrevi em 2008...

Em 2018:
O tempo andou, a vida mudou, agora entre nós Deus colocou uma nora e uma neta linda, depois mais a frente um genro... Três pessoas que vieram acrescentar e nos dizer que nossa vida está valendo a pena...  

Uma homenagem a minha esposa, e mãe querida, JACIRA (FIA).



Os Cães Lambem os seus companheiros quando morrem...

(Rivaldo R.Ribeiro-José Bonifácio-SP)

Ainda é criança, mas já trabalha muito e se esgota ao ponto de seu corpo tomado de estafa adormecer num sono de desmaio.
Sua alimentação é sempre de muitas calorias, pois dessa forma suporta as exigências dos patrões no dia a dia, tem que cumprir suas tarefas com destrezas e rapidez, para se livrar do incômodo estigma que acompanha a maioria das pessoas da sua classe social: a preguiça.

Cresce longe das características de uma jovem bonita, seu corpo é disforme pela robustez dos músculos e gordura que se formou ao longo da vida, tímida vê o mundo conformada, foi o que a vida lhe deu: trabalho e uma grande fé em Deus.

Agora adulta o seu coração já havia reclamado várias vezes, ameaçou com uma greve, bateu forte muitas vezes num repique de tamborim, gritou como uma cuíca, o levaram para uma revisão: o diagnóstico seria descanso, novo ritmo de vida, novos alimentos deveriam passar por suas artérias. Assim ele foi no compasso de um toque de surdo, era o puxador dos outros órgãos de um corpo, todos dependiam dele, muita responsabilidade para quem nunca tinha dado muita atenção...

Um dia dentro de um centro de saúde ele resolve dar o último aviso, é um coração brasileiro: foi feito para ter paciência.

Bate forte novamente, altera a pressão, prende o oxigênio, os outros órgãos protestam, causa um desarranjo no organismo e desequilibra todo o metabolismo, ele pede por socorro: A mulher tímida tenta respirar, geme, apresenta vômitos...os profissionais da saúde ignoram a gravidade daquele momento e aplicam passivos os primeiros socorros de rotina: eles não souberam identificar que aquele coração se rebelava...

Quando repentinamente o corpo daquela mulher brasileira começa a desfalecer, alguem na sala de espera percebe e alerta desesperada para a gravidade do caso, as enfermeiras e o médico de plantão intensificam atendimento, mais é tarde demais...

Isso é um caso entre tantos que nos leva a refletir sobre a Saúde no Brasil, um momento crítico e triste que poderá ocorrer conosco ou com alguém que amamos...

Reflexão: os animais lambem os seus companheiros quando morrem. ..



domingo, 26 de fevereiro de 2012

Somos da Terra!

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Não me reconheço longe de um olhar para a natureza.
Tudo me fascina, desde fenômenos assustadores como relâmpagos, nuvens pesadas a um pequeno beija-flor.
Fazemos parte de Gaia, somos transformadores e transformados.

Não aprovo os costumes que incineram seus mortos e nem as queimadas agrícolas, temos que retornar a terra ser consumidos pelos seres do solo e continuar a vida.

Deus nos fez da terra pertencemos a ela, assim Ele o quis.

Se tudo sobre a Terra fosse incinerado como um simples descarte...
A vida seria descontinuada e nada poderia ser transformado...

A Terra seria um planeta cinza e morto.