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segunda-feira, 23 de julho de 2012

A TECELÃ,

A TECELÃ...  (Rivaldo R. Ribeiro)

Uma artista que não assina suas obras está sentada com um semblante de sonhos e sono tecendo na sala.
De forma improvisada com sua agulha como se fosse uma varinha de condão entrelaça os fios de algodão como se fossem fios de ouro, criando trabalhos em forma de folhas, flores, animais e formas geométricas que serão recompensados com pouca esperança de valores materiais, mas se sente feliz em ver a sua obra terminada, como toalhas, cortinas, tapetes, almofadas etc.
Na loja, o novelo de barbante inerte calado, não imagina no que será transformado quando desce das prateleiras e vai para as mãos da tecelã. Não será mais usado para amarrar pacotes, sabe-se lá com o que dentro. Será transformado na beleza, admirado, enfeitar os ambientes, preencher os vazios, com as formas que a tecelã já imagina em criar, que tantas vezes sem medir esforços acorda bem cedo quando o sol ainda se mexe devagar com o rosto no travesseiro, para que as suas inspirações cheguem mais nítidas, e às vezes sofre por não saberem reconhecer o seu esforço.

-Nossa mãe!...A primeira voz que a tecelã ouve, é sua filha que é já uma poderosa força vital feminina que acorda. Nossa mãe! Que lindo... Esse é nosso? A tecelã respondeu que sim... Porém...

Em tempos difíceis a tecelã recorre a força de suas orações e de porta em porta expõe seu trabalho da melhor forma possível, muitas vezes a olhos que nada vêem e não imaginam a profunda fé e esperança que ela depositou naquele trabalho, pois será impalpável esta fragrância divina, mas ela não desiste... Seu caminho é aquele... Logo a frente encontra olhos que enxergam claramente a autenticidade de sua criação...

De volta para casa, a amiga da vida duplica sua alegria com seu sorriso cativante, irá comprar outro novelo de barbante que será transformado em outra obra de arte, e salvo do destino de amarrar embrulhos e pacotes, mas agora é outro momento, deixa a agulha de lado que irá descansar de seu balé, assim volta para seus sonhos: preparar os filhos para irem a escola...

A tecelã não imagina que no seu modo simples e batalhador, é um molde para que seus filhos a seguem no exemplo na construção de seus próprios destinos, que é o fermento que transforma a sua família numa massa homogênea de amor, união e fraternidade, êxito que nasceu na qualidade de sua coragem.

Assim vejo minha esposa, que Deus um dia me deu de presente, acrescentando nossos dois filhos, e às vezes a incapacidade de entender o que realmente interessa reclamamos da vida...

Meu espírito se compraz de três coisas que têm a aprovação de Deus e dos homens:
A concórdia entre os irmãos, o amor dos próximos, e um marido e mulher que se dão bem entre si. Eclesiástico. 25,1-2.


"Jacira ou Fia como gosta de ser chamada, eu ti amo minha querida esposa."




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