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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Meus oito anos-Casimiro de Abreu

Foi nessa casinha que nasci(Ubarana-SP), não existe mais, como eu também não existo como antes,  não sou mais aquele menino inocente daqueles tempos, que imaginava que seu mundo era apenas ali...
Conhecia o mundo olhando o riacho que cortava o fundo do sítio, os pássaros, uma capivara de estimação, o canto do curiango quando a noite chegava, as arvores da matinha logo abaixo desse local.
Quantos pássaros haviam por lá!!   
Sonhava em voar...Saltava de um morro de terras caindo sobre um gramado, alguns segundo no ar...Não era pássaro...
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Cavalgava num velho cavalo colina acima, vento no rosto, braços abertos...Voando???...
.
Como essa casinha esse menino não existe mais...
.
Minhas angustias de todas as vidas conhece o mundo pelas telas da TV e Computador. Talvez!
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Sonhava em voar...Mas o mundo estava todinho ao redor dessa casinha.... (Rivaldo R.Ribeiro-José Bonifácio-SP)     

Abaixo um poema de Casimiro de Abreu

Clique na foto para ampliar...

Oh ! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
.
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!
.
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
.
Oh ! dias da minha infância!
Oh ! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
.
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
.
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!