terça-feira, 16 de abril de 2024

FIRST CLASSICAL CONCERT of 15-year-old Karolina Protsenko | Mendelssohn Violin Concerto

 



15 year old Karolina Protsenko is playing Mendelssohn Violin Concerto In E Minor as soloist with Orchestra Nova LA for the first time.
Karolina is playing on a Carl Becker violin Chicago 1937. Big thanks to Karolina's violin teacher Sam Fischer for nourishing her musical talent and being a great classical violin mentor for her. Condactor: Ivan Shulman Videographer: Sam Liu Soundman: Jeff Dollente


TRADUÇÃO DIRETA:

Karolina Protsenko, de 15 anos, toca o Concerto para Violino em Mi Menor de Mendelssohn como solista com a Orquestra Nova LA pela primeira vez.
Karolina está tocando um violino Carl Becker Chicago 1937.

Muito obrigado ao professor de violino de Karolina, Sam Fischer, por nutrir seu talento musical e por ser um grande mentor de violino clássico para ela.
 
Condutor: Ivan Shulman
Cinegrafista: Sam Liu
Soundman: Jeff Dollente



sábado, 9 de março de 2024

”A população geral não sabe o que está acontecendo, e eles nem sequer sabem que não sabem. “ Noam Chomsky


A citação atribuída a Noam Chomsky, evoca um tema central na filosofia e na teoria do conhecimento: a questão da consciência e da ignorância. .

Chomsky, renomado linguista, ativista político e filósofo, aborda a ideia de que a maioria das pessoas não está ciente da verdadeira natureza dos eventos e fenômenos que ocorrem ao seu redor. Essa falta de consciência é dupla, pois não apenas as pessoas não possuem conhecimento sobre determinados assuntos, mas também não têm consciência de sua própria ignorância. 
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Essa reflexão nos leva a considerar a importância do conhecimento e da consciência na busca pela compreensão do mundo. A ignorância, nesse contexto, não é apenas a ausência de conhecimento, mas também a falta de consciência de nossa própria falta de conhecimento. É um estado de inércia intelectual, onde permanecemos presos em um ciclo de desinformação e ilusão. 
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A análise de Chomsky nos convida a questionar a natureza do conhecimento e a forma como o adquirimos. Ele sugere que a população em geral é frequentemente submetida a sistemas de poder e influência que moldam e limitam sua compreensão do mundo. Isso pode ser visto em várias esferas da sociedade, desde a mídia e a política até a educação e a cultura. 
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No entanto, essa análise não pode ser entendida como uma visão determinista e pessimista. Chomsky nos convida a despertar para a importância da busca pelo conhecimento e pela conscientização. Ele nos lembra que, embora possamos estar imersos em um ambiente de desinformação e manipulação, temos a capacidade de questionar, investigar e buscar a verdade. 
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A citação de Chomsky também nos leva a refletir sobre a responsabilidade individual e coletiva na busca pelo conhecimento. Se a maioria das pessoas está inconsciente de sua própria falta de conhecimento, cabe a cada um de nós buscar a verdade, questionar as narrativas dominantes e estar disposto a confrontar as verdades desconfortáveis. 
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Além disso, a citação de Chomsky nos convida a refletir sobre o papel da educação na sociedade. Uma educação que promova o pensamento crítico, a análise reflexiva e a busca pela verdade pode ajudar a combater a ignorância e despertar a consciência das pessoas. É através da educação que podemos capacitar indivíduos a se tornarem conscientes de sua própria ignorância e a buscar conhecimento de forma independente. 
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Em resumo, a citação de Noam Chomsky nos leva a refletir sobre a necessidade de consciência e conhecimento na sociedade. Nos desafia a questionar as narrativas dominantes, a buscar a verdade e a tomar a responsabilidade pela nossa própria busca pelo conhecimento. Somente através desse despertar individual e coletivo podemos transcender a ignorância e alcançar uma sociedade mais informada e consciente.


Conteúdo Perfil Facebook de  Jozelise Calgaro




quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

A THOUSAND YEARS - Christina Perri - Violin Cover by KAROLINA PROTSENKO

 


Aqui está - Karolina Protsenko de 15 anos ❤️🎙 🎻

Karolina Protsenko tem 15 anos e é violinista, nascida em 3 de outubro de 2008 na Ucrânia em uma família musical. Seus pais tocam violão e piano. 

A Família mudou-se para os Estados Unidos em 2015, quando Karolina tinha 6 anos. Ela   começou a ter aulas de violino no mesmo ano e tem formação clássica.  

Karolina começou a tocar no verão de 2017 em Santa Monica, CA. 

Ela tem 3 canais no YouTube e está  no Facebook e Instagram . 

Em menos de 4 anos a sua base de fãs cresceu para mais de 10 milhões de seguidores, em mais de 50 países. Seus vídeos no YouTube e outros sites de mídia foram vistos mais de 1 bilhão de vezes e ela apareceu no programa Ellen. Ela tem 2 irmãos mais novos incríveis. Ela sonha viajar pelo mundo com seus shows e deixar as pessoas felizes com sua música.









I Will Always Love You - Whitney Houston | AMAZING Mom Daughter Duet | Ella & Karolina Protsenko

 


My Heart Will Go On - Celine Dion (cover by Karolina Protsenko) - from Titanic

 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Programa Cada Vez Melhor com Amor-Exigente - 40 Anos de Alegria!

 




Programa exibido no dia 16/01/2024. Tema: 40 Anos de Alegria! Apresentação: Thiago Biancheti, Coordenador de Comunicação da Federação de Amor-Exigente - FEAE. Participantes: Eva Maria Lemos, Voluntária do Amor-Exigente; Luiz Fernando Cauduro, Presidente da FEAE; e Rogério Nastri, Diretor de Comunicação da FEAE. O programa é exibido todas as terças-feiras, às 19h, pela COMBRASIL TV: CLARO TV e VIA EMBRATEL - Canal 3 SKY e OI TV - Canal 28 GVT e VIVO TV - Canal 239 ou baixe o app da COMBRASIL.



domingo, 21 de janeiro de 2024

LEVANTA O POVO CHARRUA!



Charruas levados como “bichos de circo” para a França

Era uma fria manhã de 1834 na bela Lyon. Enquanto a cidade amanhecia, com seus odores de pão fresco e gentes malcheirosas, um homem jovem andava ligeiro pela rua ainda vazia.

Carregava nos braços um bebê.
Vestia-se pobremente e volta e meia olhava para trás, esperando ver soldados.
Os poucos transeuntes não sabiam, mas ali ia um valente cacique charrua, chamado Tacuabé.
Carregava a filha da também charrua Guyunusa que, como ele, fora aprisionada na região da Banda Oriental (hoje Uruguai), e remetida a Paris, como um bicho raro.
Eram quatro os índios levados para a França: Tacuabé, de 23 anos, Vaimaca, um velho cacique, Senaqué, um conhecido pajé charrua e Guyunusa.
Obrigados a se apresentarem em circos pelos arredores de Paris, sofrendo maus tratos e saudosos de sua terra, os charrua foram morrendo um a um.
O primeiro foi Senaqué, que definhou de tristeza, depois o velho Vaimaca.
Guyunusa, com pouco mais de 20 anos, tomada pela tuberculose, morreu em Lyon, deixando um bebê que se acredita fosse filha de Vaimaca.
Obteve de Tacuabé a promessa de que a garota haveria de ser livre.
E assim, tão logo ela fecha para sempre os olhos, o jovem charrua decida escapulir do circo, levando com ele a menina.
Os historiadores nunca acharam o rastro do cacique e da menina charrua, mas, se sobreviveram é possível que hoje o sangue charrua também corra em alguma família aparentemente francesa.
Porque se ser charrua é ser valente, não há dúvidas de que Tacuabé conseguiu garantir a vida, dele e da menina, naqueles longínquos e tristes dias.

Quem eram os Charruas?
Corria o ano de 1513 quando Juan de Solis chegou ao Rio da Prata e isso marcaria para sempre a vida dos povos que ali viviam desde há séculos.
O povo charrua era uma gente aguerrida que habitava as pradarias do que hoje é o Uruguai, a pampa argentina e parte do Rio Grande do Sul. Chamado de vale do rio Uruguai essa era uma região de coxilhas e muitas pradarias, espaço de ventos intensos tanto no verão como no inverno.
Além da gente charrua e do povo minuano, dividiam o espaço as capivaras, ratos do banhado, pecaris, veados, jaguatiricas e o mítico ñandu (a ema).
Já em 1526, o espanhol Diego Mogger relata em suas cartas sobre esses indígenas que eram vistos de longe, observando e sendo observados bem na entrada do Rio da Prata. Os espanhóis descreviam os charrua como uma gente moreno-oliva, de estatura média, pomo de adão saliente, dentes bons, rosto largo, boca grande e lábios grossos.
Os homens usavam cabelo bem comprido, muito lisos, e tinham por costume amputar um dedo da mão.
Já os minuano eram um pouco mais baixos, de fala baixa, melancólicos e igualmente acobreados.
Durante todo o processo de ocupação do território do que hoje é o sul da América Latina eles se mantiveram à distância, porque seu espaço era o interior e tantos os espanhóis quanto os portugueses preferiam se radicar nas margens do mar ou dos grandes rios.
Mesmo assim, desde a chegadas dos invasores muitas foram as escaramuças, principalmente com os charrua. Desde o ano de 1573 já é possível encontrar relatos de lutas com os espanhóis.
Eles viviam como grupos seminômades, em acampamentos estáveis, ora aqui, ora ali, seguindo o ritmo das estações.
Caçavam e plantavam coletivamente num território que, depois da invasão, ficou durante mais de dois séculos como fronteira não demarcada entre Espanha e Portugal.
Era visto pelos invasores como “terra de ninguém”.
Mas, ao contrário do que poderiam crer os que chegavam da Europa, aquele era um espaço já há centenas de anos ocupado não só pelos Charrua mas também pelos povos Minuano, Tapes, Chaná e até Guarani.
Ainda assim, apesar das lutas esporádicas, os originários eram ignorados.

“Sem alma”, diziam os padres.
Assim, para os europeus, Joãos e Marias ninguém.
Só que, na verdade, esses povos já tinham desenvolvido uma cultura.
Tinham uma organização comunitária e eram regidos por um conselho da aldeia.
As tarefas eram definidas, os homens caçavam e as mulheres cuidavam dos toldos que lhe serviam de abrigos.
Desenvolveram tecnologias eficazes para a caça como é o caso da boleadeiras, instrumento usado para derrubar os ñandus e bichos maiores.
Já cozinhavam a carne e produziam vasos de barro escuro, os quais serviam para uso doméstico.
Reverenciavam as forças da natureza e acreditavam na ressureição, uma vez que seus mortos eram enterrados com todos os seus objetos pessoais, para uso na outra vida. No verão andavam nus, no inverno se ungiam com gordura de peixe e usavam peles de animais.
As mulheres usavam uma espécie de fralda de algodão, hoje conhecida como xiripá, chamado por eles de cayapi.
Os homens usavam uma vincha (faixa de pano) na testa.
Toda a organização girava em torno do núcleo familiar.
Um homem quando queria se casar fazia o pedido ao pai da moça e já montava sua tenda.
A comunidade não tinha hierarquia, tampouco chefe, tudo era decidido no conselho.
Presos de guerra não eram escravizados, viravam família e se integravam na vida da comunidade.
Todo grupo tinha uma mulher velha que cuidava da saúde.
O grupo tinha por costume se reunir no cair da noite para planejar o dia seguinte, mas nada era imposto.
Era um povo livre e essa forme de viver iria, três séculos mais tarde, encantar o jovem Artigas, que seria um dos libertadores nas guerras de independência.

A ocupação espanhola
A vida dos charrua começaria a mudar radicalmente a partir de 1607 quando os espanhóis introduzem o gado bovino e equino na região e, como as pradarias não tinham fim, os animais se espalhavam chegando a gerar imensos rebanhos selvagens chamados de “cimarrón”.
Tão logo conheceram o cavalo, os charrua se encantaram com a beleza, a velocidade e a docilidade dos mesmos.
Trataram de aprender a lidar com eles e em pouco tempo era exímios cavaleiros, imbatíveis no lombo nu dos velozes cimarrón. Nas batalhas, eles se agarravam às crinas e permaneciam deitados de um lado, praticamente invisíveis aos inimigos.
Por algum motivo não sabido, charrua e cavalo passaram a ser quase como uma só criatura.
Por outro lado, foi justamente o crescimento exponencial do gado bovino o responsável pelo fim da mal arranjada paz no território charrua.
Como a carne e o couro eram artigos disputados pelo comércio da época, a região que antes era dominada pelos indígenas passa a receber levas de faeneiros (a mando dos espanhóis) e changueadores (aventureiros) que buscavam arrebanhar o gado selvagem para a venda aos ingleses. Essa mistura com a gente europeia e criolla vai enfraquecendo o já frágil domínio que os charrua tinham sobre o território da campanha.
Também é nessa época que ficam mais acirradas as relações com a gente branca que começava a adentrar para o interior, cercando terras e fazendo-as suas.
Em 1626 é a vez da chegada dos jesuítas que começam a criar missões para aldear os índios.

O objetivo era domesticar e converter.
Os guaranis foram mais suscetíveis ao discurso e a ação dos jesuítas, mas os charrua não quiseram nem saber.
Eram homens e mulheres livres, acostumados aos caminhos da pampa e não houve quem pudesse prendê-los, ainda que com discursos de salvação.
Diz a história que chegou a existir uma pequena redução charrua, em torno de 500 almas, mas não durou mais que quatro anos. Os charruas prezavam a liberdade e, acossados pela invasão branca, acabavam por realizar operações de saque nos povoados, em busca do fumo e da erva-mate. Por conta disso a relação com os colonizadores se acirrava cada vez mais. Naqueles dias começavam a surgir as estâncias, e o gado deixava de ser solto nas pradarias, sendo recolhido em grandes currais.
Assim, os animais livres escasseavam e os indígenas perdiam sua fonte de sobrevivência, passando a viver em estado de miséria. Sem terra, sem gado e sem comida, só restava o roubo.
Para os espanhóis e criollos que começaram a ocupar as terras da Banda Oriental, aquela “indiarada” começou a ser um problema e tanto.
Era preciso exterminá-los.
Foi nesse contexto que aconteceu a famosa “batalha de Yi” em 1702, quando os espanhóis decidiram encerrar a aliança que mantinham com os charrua e os minuano, e resolveram matar todo mundo.
Para isso, de forma perversa, contaram com a ajuda dos guarani, os quais já mantinham aldeados há anos.
E o resultado foi que mais de 200 charrua pereceram sob o exército de dois mil guarani. Outros quinhentos, levados como prisioneiros para as missões, foram assassinados pelos tapes, também orientados pelos jesuítas e chefes espanhóis.
Era o que os espanhóis chamavam de “limpeza dos campos”. Na metade do século muitos tinham sido passado pela faca e as mulheres e crianças mandadas a Buenos Aires e Montevidéu servindo como domésticas.
Ainda assim, vários grupos resistiram e seguiram vagueando pelos campos, vivendo de contrabando de gado e roubo.

Artigas, os charruas e a independência
São esses valentes que o jovem José Artigas vai encontrar nas cercanias das terras onde vivia com os pais, na imensidão da campanha gaúcha.
Desde bem guri ele fugia para as tolderias e aprendia com os charrua o valor da vida em liberdade.
Aprendeu suas táticas de guerra, sua cultura, sua forma comunitária de viver.
Quando então, finalmente, saiu de casa para não mais voltar, foi viver de aventuras como contrabandista de gado.
Abdicando de ser um “filho de fazendeiro” era com os irmãos charrua que ele vagueava pelos campos na única rebelião possível naqueles dias: pegar os espanhóis pelo bolso. Em 1797, quando decide entrar para o batalhão de Blandengles, Artigas já tem muito claro os seus objetivos. Inspirado por tantas lutas que assomaram contra o domínio espanhol, Artigas decide que, junto com os negros e índios – os mais explorados entre os explorados – vai comandar a luta pela independência da Banda Oriental.

E é assim que as coisas acontecem.
O soldado Artigas não é um soldado qualquer.
Ele pensa e propõe.
Tem do seu lado uma leva de homens livres que o seguem de livre vontade.
Não como um líder, mas como a um irmão. Acreditam nele e nos seus desejos de vida digna, de terra repartida, de vida comunitária. Esse legado, aprendido com os charrua, é o que vai comandar toda a proposta artiguista de libertação.
E é na valentia indígena que acontece a primeira grande batalha de Artigas, na comunidade de Las Piedras, em 1810. Armados apenas de facas, os comandados de Artigas colocam para correr os soldados bem armados da coroa.
Depois disso, são inúmeras as páginas da guerra, com Artigas e seu grupo de índios e negros, aos quais chamava de “povo de heróis”.
Com eles, praticava a política da soberania popular e da autodeterminação, gestando uma consciência de classe, de pertencimento, que se manteve firme até o massacre final. Nos acampamentos comandados por Artigas todas as coisas eram discutidas abertamente, cada soldado, cada mulher, cada ser, tinha direito a voz e voto.
Era essa gente que deliberava, Artigas apenas cumpria.
No primeiro grande êxodo, quando o povo seguiu com ele pelo lado norte do rio Uruguai, Artigas chegou a criar uma entidade sociológica, a qual dizia obedecer.

Era o “povo oriental em armas”.
Nunca traiu os seus companheiros e com eles levou a Banda Oriental à liberdade.
Mas, a história da libertação desta parte do sul do mundo tem também os seus traidores, que acabaram sendo os carrascos de Artigas e dos charrua.
Logo depois da independência, os interesses da elite criolla foram se consolidando e “aquela gente suja” que andava com Artigas acabou virando uma pedra no sapato. Ninguém queria que as ideias de reforma agrária, democracia e autodeterminação vingassem por ali.
A revolução artigista representava uma transformação radical nos métodos e práticas de governo.
A prioridade era a ação direta do povo.
As comunidades elegiam seus representantes de forma livre e era nas assembleias que se discutiam os temas relevantes da nação.
Este sistema foi cunhado como o “sistema dos povos livres”.
Pela primeira vez, depois da conquista europeia, o território voltava a ser das gentes. E a proposta defendida por Artigas era tão avançada que ele conseguia manter unidos os povos originários e os descendentes espanhóis sob o mesmo desejo: criar uma pátria nova, livre, soberana, onde cada um tivesse o mesmo poder.
Era coisa demais para as elites locais e para os que sonhavam em dominar a região, rica em carne e couro.
Foi aí que começou a se gestar o processo de destruição de Artigas e de seu povo.
Através de intrigas e difamações, o comandante é escorraçado do Uruguai, partindo para o exílio no Paraguai.
Com ele seguem dezenas de famílias charrua, decididas a compartilhar sua derrota.
Mas, outros tantos permanecem no território uruguaio e passam a ser vistos como um perigo em potencial.
Eram homens livres e não haveriam de aceitar a perda das terras e de todo o ideário construído com Artigas.
O presidente da nação recém-criada, Fructuoso Rivera decide então chamar os charrua para uma armadilha.
Corre o ano de 1831, num cálido abril, quando Fructuoso envia convites a todas as tolderias charrua para um encontro em Salsipuedes. Pede a ajuda dos indígenas para defender as fronteiras contra os portugueses.
Os charruas acorrem, solícitos, em defesa da pátria oriental, a qual aprenderam a amar como sua.
Eles chegam, armam seus toldos e esperam pelo presidente.
Ele nunca chegaria.
Durante a noite, enquanto os indígenas dormem, o exército ataca.
A ordem é matar todo mundo.
Nenhum charrua deve sair vivo.
O que se vê na manhã seguinte é um banho de sangue.
O povo charrua está exterminado.
Os poucos que restam vivos são vendidos como escravos.
A nova nação se vê livre do incômodo: o valente povo charrua que, na verdade, foi o protagonista da liberdade.
Entre os “escravos” levados para Montevidéu seguem Vaimaca, Senaqué, Tacuabé e Guyunusa, que dois anos mais tarde são levados como “bichos de circo” para a França. Subsumidos como criados e perdidos de sua liberdade o povo charrua originário do Uruguai vai se apagando, até deles não restar mais vestígios.
Alguns poucos homens que sobrevivem ao massacre de Salsipuedes, comandados pelo cacique Sepé atravessam o rio Uruguai pela cidade de Quaraí, e passam para o lado português, indo, mais tarde, se integrar às colunas do exército farrapo que iniciou a luta pela independência na região do Rio Grande do Sul.
Misturados aos minuanos e tapes, eles irão escrever páginas gloriosas no chão brasileiro, mas, igualmente derrotados, também desaparecem na poeira da história.
O Fim?
Até o final do século XX era dado como certo que o povo charrua era uma gente extinta. Dela restava só a memória daqueles anos longínquos da independência.
Mas, pouco a pouco, pessoas foram se deparando com suas raízes, descobrindo seus ancestrais.
Descendentes da gente charrua que passou para o Paraguai com Artigas, do grupo que cruzou o rio Uruguai e veio para o Brasil, dos que sobreviveram como escravos ou empregados domésticos.
A história charrua voltou a ser contada, palavras da língua original começaram a ser lembradas e a vida brotou.
O povo charrua foi assomando nos descendentes e hoje já são milhares os que se autodenominam assim.
Há uma organização do povo charrua no Uruguai e outra no Rio Grande do Sul.
Não há um território específico sendo reivindicado ainda, mas já se sabe que no início de 1900 havia um pequeno grupo fixado na região de Tacuarembó, no Uruguai, bem como atualmente há um grupo vivendo em comunidade próximo à Porto Alegre.
Para os descendentes o mais importante agora é recuperar a história.
O povo do Uruguai precisa saber que só é livre porque um dia o povo charrua se levantou em armas, junto com Artigas, e defendeu as fronteiras ajudando a criar a nação.
O povo do sul precisa saber que os charrua foram enganados, massacrados, mas ainda assim deixaram viva a sua marca.
Não é sem razão que na entrada de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a estátua que representa a cidade é uma figura que é um misto de paisano e charrua.
O famoso “laçador”, apesar de um semblante bem paisano, aparece com o xiripá, a vincha na testa e a boleadeira, elementos típicos da cultura charrua.
E, hoje, já no século vinte e um, os charruas se levantam e se mostram.
Tanto que no dia 9 de novembro de 2007, após uma luta que já durava 172 anos, a Câmara Municipal de Porto Alegre reconheceu a comunidade charrua como um povo indígena brasileiro.
Considerado extinta pela Fundação Nacional do Índio (Funai), essa foi uma vitória fundamental.
O evento foi organizado em conjunto pelas comissões de Direitos Humanos da Câmara Municipal, da Assembleia Legislativa e do Senado Federal.
Há informações de que existem mais de seis mil charruas nos países que compõem o Mercosul.
Só no Rio Grande do Sul, são mais de quatrocentos índios presentes nas localidades de: Santo Ângelo, São Miguel das Missões e Porto Alegre.
A terrível sentença de Fructuoso Rivera não se cumpriu.
O povo que dominava todo o território da Banda Oriental não foi exterminado.
Ele vive e avança!
Fonte: Livro Lengua y Costumbres de los Charruas.🇺🇾
Professores: Sixto Perea e Alonso




terça-feira, 14 de novembro de 2023

No tempo do meu pai


Eu morei nessa casinha até sete ou oito anos, ela ficava nos arredores de Ubarana-SP. num pequeno sítio de nossa propriedade.

Era um lugar simples, mas os tempos eram outros.
Época que a vida e o sistema não exigia tanto no sentido materialista.
Bastava comida e café no bule que ficava no fogão a lenha sempre com o braseiro incandescente, um bom cavalo e uma charrete, leite no curral e belas plantações de arroz, milho, café, bananas e pés de frutas no quintal.  
No chiqueiro porcos gordos e leitões guinchavam ruidosamente, além das algazarras das galinhas e fartura de ovos.
Logo abaixo havia um riacho cheinho de peixes, onde toda tarde meu pai pescava deliciosos exemplares para o jantar. Ah, como a água desse riacho era fresquinha e potável, tinha gosto puro de água sem gosto de cloro e sujeira dos canos.
Chuvas? Além de não fazerem falta, elas vinham mansas no tempo certo. E tudo que meu pai plantava não se perdia com alguma seca imprevista, pois as secas a natureza sempre informava ao caboclo experiente quando vinham. Meu pai prestava atenção no canto dos pássaros, no coaxar dos sapos, nos cricrilar dos grilos, no zumbido das cigarras, direção dos ventos e no cantos esganiçado das pererecas. Sinais infalíveis da natureza que o homem do campo se baseava.     
Previsões em observação possível porque a natureza era respeitada, havia no meio do sítio uma pequena faixa de mata que meu pai sempre dizia que era dela que vinha a água para o riacho. Eu na minha pouca idade não entendia.
HOJE COM O TEMPO DESIQUILIBRADO entendi que meu pai foi um SÁBIO, pena que ficou pouco tempo entre nós...Se foi com apenas 46 anos....
Saudade do modo como me ele chamava: "coronelzinho", creio que estaria nos seus planos de se tornar um fazendeiro, isso porque preguiça ele não tinha, era só trabalho.
Hoje chego a gigantesca conclusão da falta que fez e faz na minha vida... 


Bater em crianças

                  Foto ilustrativa: Rivaldo R. Ribeiro 


Ouvi que um cara famoso em um famoso programa de TV disse, esses dias, que bateu no filho pequeno, o deixou com lábio inchado e ele nunca mais foi mal educado. Me lembrei imediatamente dos anos 70, quando alguns achavam ok bater em gays e diziam publicamente que estes precisavam apanhar para largar a “opção de vida”. Ou dos anos 80, quando se aceitava que maridos batessem nas esposas e ainda se dizia: “em briga de marido e mulher não se mete a colher”.
Bater em crianças é uma daquelas coisas que a sociedade ainda acredita ser assunto íntimo.
“Ninguém deve se meter na criação dos filhos dos outros”, dizem.
Mas esses filhos vão crescer e conviver com nossos filhos e netos. Todo mundo deveria se meter na criação do filho dos outros. Deveria ser um assunto público. Deveríamos ter todo interesse em como nossos vizinhos e conhecidos estão criando seus filhos. Deveríamos todos nos meter.
A criança que apanha, ou sofre gritos e castigos, vai passar essa violência adiante. Com um irmão menor, um colega de escola, um amigo. Ou pior, vai guardar a mágoa dentro de si, se transformando em um adulto que se sente injustiçado pelo mundo e pela vida. Um marido que explode. Um pai violento. Uma hora esse tapa vai voltar. Talvez em alguém que a gente ama.
Convido qualquer pessoa a substituir a palavra “criança” por qualquer outra. Tipo: “Minha esposa me respondeu de forma desrespeitosa e dei um tapa na cara dela. O beiço dela ficou todo inchado, parecia o Patolino, hahaha. Nunca mais me respondeu”.
Coloque ali “avó” ou “colega” ou “funcionário”. Um comentário como esse ia passar despercebido? Diriam que cada um tem seu jeito de educar? Uma criança é um ser inferior, que merece ser tratada como nenhuma outra pessoa merece?
Nos últimos anos, evoluímos em tantas questões. Aprendemos a respeitar, conviver e até amar, rompendo com nossas crenças mais antigas e enraizadas. É possível criar filhos sem violência. Basta tratá-las como tratamos as outras pessoas. Pode não parecer, pelo jeito que as tratamos, mas crianças são pessoas. Crianças são pessoas, pequenas, lindas, indefesas. Deveriam ser honradas. Jamais agredidas.




quinta-feira, 19 de outubro de 2023

NUNCA MAIS TE COMPRO MAIS NADA

                   Foto: Rivaldo R. Ribeiro (Neta: Laura)


Nunca mais te compro mais nada, grita a mãe logo após mais uma travessura do filho. É óbvio e evidente que ela não cumprirá sua ameaça. Nunca mais é tempo demais e, portanto, impossível de ser cumprido.

Tudo aquilo que uma criança faz de errado precisa ser corrigido, mas qual é o tempo ideal de um castigo aplicado como forma educativa?

Inicialmente devemos compreender que não se aplicam castigos violentos ou humilhantes a uma criança. A aplicação de uma punição deve possuir um objetivo claro de educar, levá-la a compreender que todo comportamento inadequado gera um prejuízo, como por exemplo, ficar sem assistir tevê por um período, sem internet por um tempo, perder um passeio, ou não andar de bicicleta por uma tarde, etc.

Na aplicação das punições precisamos transmitir com clareza os motivos que nos levaram a tomar essa decisão e qual será o tempo de duração do castigo.

Sabemos que as crianças exercem pressão e mesmo pequenas fazem uso de chantagens emocionais para interrompermos o que foi estabelecido. Para isso precisamos de dois olhares. Um, sobre nós mesmos: até onde temos condições de suportar as pressões e chantagens dos pequenos, sem ceder? Se não conseguirmos manter aquilo que estabelecemos, perdemos crédito.

O outro olhar é para a criança. A noção de tempo que os adultos possuem é diferente da noção de tempo de uma criança. Basta refletirmos um pouco sobre nós mesmos. O que aconteceu em nossas vidas dos oito aos dezoito anos? Quantas coisas. Pensem agora dos quarenta aos cinquenta, parece-nos muito pouco.

Quando éramos criança, um ano parecia uma eternidade, e hoje, parece-nos que o ano passa voando. A percepção de tempo da criança é diferente da do adulto, por isso, e para uma melhor funcionalidade da aplicação de uma punição, ela deve possuir duração breve, dentro da capacidade e compreensão dos pequenos.

Precisamos ter clareza de que o objetivo do castigo é o de educar. Mais vale meia hora sem tevê, cuja aplicação conseguiremos manter, que ameaçar deixá-los tempo a fio, sem sua diversão, e não cumprir.

Também devemos cuidar para que não haja compensações logo após o cumprimento de uma punição. Se ela ficar meia hora sem tevê e logo após ganhar um presente, ou um passeio divertido, ela pode assimilar o castigo como algo compensador.
É nossa responsabilidade ensinar para os filhos que todo comportamento inadequado gera um prejuízo. É melhor que aprendam isso dentro de casa, senão terão de aprender lá fora, mas o mundo não ensina com o mesmo amor que ensinam os pais.

Celso Garrefa
Assoc. AE de Sertãozinho SP



sábado, 14 de outubro de 2023

PARA O DIA DOS PROFESSORES " A professora que acreditou demais no aluno"

 



Veja o que essa professora foi capaz de fazer após sentir algo especial por seu aluno Ricardo... .


Lulu • To Sir With Love (Ao Mestre com Carinho) + MR HOLLAND - Adorável Professor

Cena do filme "Ao mestre com carinho", de 1966, em que alunos fazem uma homenagem ao professor Mark Thackeray (Sidney Poitier) cantando "To sir with love":








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Foi postado 02 vídeos sobre o professor Mr Holland, mas bloquearam por motivos autorais, dessa forma para não deixar de informar sobre essa linda história, inserimos no título a seguir o link com o Google com publicações sobre esse professor adorável. 
É só clicar:  
 
Neste filme, temos a trajetória de um professor de música que deseja compor uma canção que ele imagina que será sua obra prima, e para que isso aconteça ele começa a lecionar música para ter uma poupança no futuro e tempo para começar a sua composição.
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A sua caminhada começa nos anos 60, com o total desinteresse dos alunos, as dificuldades do casamento e o anúncio da gravidez de sua esposa. Esse professor vai sofrendo adversidades comuns a todos, e também não consegue se integrar na educação do seu filho, que tem problema auditivo.
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Com persistência, ele faz com que seus alunos se interessem cada dia mais pela música, melhorando a vida de cada um. Infelizmente nessa dedicação ele deixa seu filho e sua esposa de lado, comprometendo a vida familiar.
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Mr. Holland é um filme de amor a arte de lecionar, da caminhada e da vivência escolar. Infelizmente o professor de muitos anos de dedicação é mandado embora por problemas financeiros dentro da escola, com final emocionante em que a escola faz uma homenagem com seus primeiros alunos, agora já adultos, tocando a sua composição.

(Texto anexado em um dos vídeos)

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Eliana, O mestre com carinho, versão 2012






Uma homenagem especial a Heroína da creche de Janaúba(MG):




Professora Heley de Abreu Silva Batista, 43 anos. 
Uma guerreira, que mesmo estando em chamas lutou para impedir a morte de várias crianças Num incêndio criminoso numa creche em Janaúba (MG) 
Ficou com 90% do corpo queimado E acabou falecendo... 05/10/2017 Hoje os brasileiros choram e lamentam: Pela morte da professora heroína: Heley 
Pelos queimados hospitalizados lutando pela vida 
Pelas criancinhas mortas O Brasil está de Luto! 
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O autor do ato criminoso: Damião Soares tinha 50 anos faleceu no mesmo dia! Ele foi o responsável pelo incêndio criminoso, tinha transtorno mental e premeditou o crime.





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