quinta-feira, 18 de setembro de 2025

O silêncio mais corajoso da Iugoslávia.



O trapézio da corda balançava sob o peso da história. Lepa Radić, 17 anos, encarava a morte com olhos que não conheciam medo. Os soldados esperavam gritos, implorações, um sinal de fraqueza. Mas o que receberam foi silêncio. E depois, palavras afiadas como lâminas:
“Não sou traidora do meu povo. Aqueles que vocês perguntam se revelarão quando tiverem destruído todos vocês, até o último homem.”

Ela era apenas uma adolescente, mas carregava o peso de toda uma nação.

Antes disso, Lepa corria pelos vilarejos e bosques da Herzegovina, onde nasceu. Começou sua resistência ainda criança, ajudando a esconder armas, mensagens e suprimentos para os Partisans — o movimento comunista que lutava contra a ocupação nazista na Iugoslávia. Com 15 anos, já carregava mochilas pesadas de explosivos, distribuía panfletos de propaganda anti-nazista e ajudava a recrutar outros jovens para a causa. Cada ação sua era arriscada: a menor suspeita poderia significar morte imediata.

Era pequena, mas sua determinação era gigante. Ela se movia com cuidado, sabendo que cada passo poderia ser o último, e mesmo assim não recuava. Em várias ocasiões, escapou de emboscadas, passando despercebida entre os soldados alemães, guiando civis para segurança, carregando armas e mensagens vitais. Sua coragem começou a se tornar conhecida entre os Partisans: Lepa não era apenas mensageira ou combatente, era símbolo de resistência viva, inspiração para todos ao seu redor.

Quando finalmente foi capturada, os nazistas tentaram quebrá-la com interrogatórios e ameaças. Ela não cedeu. Ofereceram-lhe a vida em troca de traição — o preço era a liberdade de seu corpo e a morte de sua integridade. Lepa permaneceu firme.

No instante final, a corda estalou, e o mundo pareceu encolher. Mas não para Lepa. Seu corpo podia ser vencido, mas sua coragem atravessou décadas. Seu legado se manteve vivo: escolas e ruas levaram seu nome, livros lembraram sua bravura, e sua história inspirou jovens a resistirem à injustiça e defenderem a liberdade. A existência dela, ainda que breve, tornou a luta pela dignidade e pelo direito de escolher um futuro mais justo algo possível para aqueles que vieram depois.

Nos dias de hoje, algumas pessoas poderiam chamá-la de terrorista. Mas o que define quando se luta pelo próprio ideal? Quando o ideal é a paz, quando a luta é por liberdade, quando você carrega a vida dos outros em seus ombros, a linha entre heroísmo e vilania se torna tênue — e é nesse espaço que Lepa Radić permanece, inquebrantável.

Por Fagner Oliveira
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Historiou


À medida que a Segunda Guerra Mundial prosseguia, a luta era brutal às vezes ao longo da Frente Oriental. Os nazistas haviam tomado uma enorme quantidade de território em toda a Europa e, por causa disso, muitos países se viram ocupados pelos nazistas. Isso significava que eles eram governados por eles, sujeitos a um estado policial, e, além disso, muitos foram oprimidos. A opressão veio acompanhada da horrível perseguição de minorias e, com o tempo, deportações em massa daqueles considerados indesejáveis. Havia focos de resistência em toda a Europa, compostos por pessoas que desafiavam seus ocupantes e lutavam por sua liberdade. Um desses grupos era o dos partisans, que, em diferentes países, lutavam pela supremacia. Em particular, havia uma jovem de dezessete anos que lutou com eles. Desde o início da Segunda Guerra Mundial, um dos fatores que se tornou cada vez mais relevante à medida que o conflito avançava foi a aplicação da chamada “guerra não convencional”. Esse termo, que hoje possui diversos significados, no contexto da Segunda Guerra Mundial refere-se a uma forma de combate conduzida por forças armadas irregulares, engajadas em operações militares e paramilitares, como guerrilha, subversão, sabotagem e atividades de inteligência, realizadas atrás das linhas inimigas. Em termos simples, a guerra não convencional na Segunda Guerra Mundial envolveu todos os movimentos insurgentes e de resistência local que surgiram em diversas frentes, especialmente nas regiões onde a presença militar era limitada. Esses locais, propícios à proliferação de atividades guerrilheiras, tornaram-se focos de resistência contra os ocupantes, com grupos que lutavam ativamente por sua liberdade. Entre esses movimentos de resistência, um dos mais notáveis foi o dos partisans iugoslavos, que atuaram em diversas regiões dos Bálcãs, combatendo os alemães e seus aliados. Um dos aspectos mais marcantes desse movimento foi a participação expressiva das mulheres na resistência iugoslava, que era liderada pelos comunistas. E adivinha só quem estava entre eles… Lepa Radić era uma jovem incrivelmente corajosa. No entanto, ela foi capturada pelos nazistas e executada por eles, apesar do fato de ter apenas 17 ANOS




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