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domingo, 29 de agosto de 2010

Velho Amigo- Rivaldo R.Ribeiro-SP

Carro velho, além dos problemas mecânicos que podem deixar a gente pedindo carona em qualquer lugar, existe outros de pequena importância, mas que nos deixa com raiva e de cabelo em pé, entretanto às vezes é hilário.

Eu vi numa manhã uma cena que era uma verdadeira luta dramática de um proprietário desses velhos “amigos”. Imagine!! O pobre homem lutava para abrir o bagageiro do seu “amigo”, ora a chave não entrava, e quando entrava não abria a tranca, e depois de muitos safanões e socos no já surrado “amigo” ele conseguiu abrir a tampa.

Bom! Colocou os objetos no compartimento que era seu primeiro objetivo, as compras do supermercado, ferramentas etc. tudo arrumado... Agora chegava o momento de trancar outra vez o bagageiro, ergueu a tampa juntou todas as forças e tentou uma vez... duas... Três... E nada de trancar, colocava a chave girava outra vez e fazia o teste e a tampa abria...

Aflito já com a paciência esgotada, força física diminuída pela exaustão e um pouco encabulado, pois já percebia que atraia a curiosidade de alguns debochados que a certa distância com sorrisinhos maliciosos murmurava alguma coisa depreciativa ao carro ou ao seu dono teimoso...

Mas na ultima tentativa, com todas as forças restantes, paciência restante, pensamento positivo... E o estrondo... E enfim o teste: bagageiro trancado. Ele entrou no lugar do motorista deu partida, o motorzinho ainda funcionava que era uma beleza, e partiu com seu velho “amigo” prometendo-lhe uma conversa séria junto com algumas marteladas e ajustes já feito aos milhares para novas aventuras.

Mas eu fiquei sabendo cá entre nós ali por perto, que o dito proprietário não vendia seu “amigo” por valor algum... Que o já havia reformado por várias vezes, estavam tudo novinho, pneus e motor novos, só tinha essa mania de não querer fechar as suas portas ou de vez em quando abrir de repente.

E isso sempre acontecia a ponto que um dia de domingo num passeio no campo a porta do passageiro abriu e sua companheira caiu para fora no meio de uma poça de lama, e a pobre senhora ficou furiosa, esbravejava, xingava de tudo exigindo a troca do brutinho, no entanto depois da raiva diminuída, banho tomado, desistia...Para que vender o velho “amigo”,né? Teria que comprar um “desconhecido” que talvez não abrisse as portas nunca... Assim é a vida, as portas fecham, entretanto também elas abrem...