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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Recordações dos tempos das charretes...

Sou natural de Ubarana-SP, naqueles tempos eu ainda com uns 06 ou 07 anos, imagina nem a BR-153 existia. A estrada que dava para Promissão, Avanhandava, Rio Tietê, era essa que passa ao lado da Santa Casa e leva a Santa Luzia.
Lá na frente ela faz um bifurcação e à esquerda tomava rumo para Ubarana, passava pela Rua do Comércio daquela cidade, isso bem em frente a casa do meu avô Salomão Aued.
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Logo a frente saindo da Vila tem um riacho, bem ali começava o Sítio do meu pai. Bem para encurtar a história que vai longa...Lembro dos dias que vinhamos de charrete fazer compras aqui em José Bonifácio, usando essa estrada, era um dia inteiro de uma deliciosa viagem. Meu pai cuidadoso e amoroso com seus animais, sempre dava uma paradinha para que o cavalo ou égua descansavam e tomavam agua em algum riacho pelo caminho. Enquanto isso nós comíamos nosso lanche preparado por minha mãe, geralmente uma farofa de frango caipira, pois era o que tinha na época.
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Lembro da Fazenda do Lino Marassi,do sítio dos Baillos, do sr. Sanito que foi um dos grandes amigos do meu pai e tantos outros que ele tinha ao longo do caminho. Quantas chuvas, temporais tivemos que nos abrigar na casa de algum deles.
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Chegando aqui em José Bonifácio, logo em seguida eu e minha irmã choramigávamos pedindo sorvete e pão com mortadela. Que delícia! Esse lanche agente fazia na Padaria do Catelan. A charrete era acomodada com cavalo e tudo nos fundos do bar do Japonês, que havia na esquina próxima do Banco Itau, não deviam ter permitido que demolissem aquela construção, era uma construção japonesa autêntica.*******Bom, depois disso, tinha duas lojas que agente escolhia para comprar nossos riscados de passeio e de trabalho: as Lojas Riachuelo e Pernambucanas.
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Já pelo meio do dia, cavalo descansado, alimentado com água e milho. Lá íamos nós de volta para nossa pequena casa nos arredores de Ubarana na nossa charrete de roda de pneu e veja que foi uma conquista, pois ainda havia as de roda de madeira. Mas com todo esse sacrifício, tenho certeza que fora os anos mais belos e felizes da minha vida.
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Hoje com essa correria louca, homens públicos sem honra nenhuma que transformam as notícias em revoltas quase insuportáveis, nós os pacatos e honestos nos sentindo desvalorizados dentro de uma sociedade burra praticando um consumismo destrutivo e suicida. Ainda colocam o nome disso de progresso, não acredito...Progresso humano não.
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Isso agente vivia nos tempos das charretes...Quantas vezes agente encontrava com outra família pelo caminho, não faltava sorrisos, preocupações com a saúde dos filhos, como ia a roça, podia até ser um desconhecido, medo por que? Eramos todos amigos inocentes dentro do mundo e com certeza nesses casos sempre nascia uma nova amizade. Um grande abraço com muita saudades... ( Já sonhei escrever um livro sobre Ubarana, ainda não tive tempo e nem talento. Quem sabe um dia) . Estou de férias, acho que vou fazer esse caminho de recordações, como não tenho charrete, vou de fusquinha mesmo, que é valente tanto como...