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domingo, 1 de julho de 2012

"ULTIMA FLOR DO LÁCIO"

"Ultima flor do Lácio", usa-se esta expressão para designar a língua portuguesa que teve a sua origem como a última das línguas derivadas do latim, sendo "Lácio" o nome da região da Itália onde fica Roma. Quem criou a expressão foi o poeta brasileiro Olavo Bilac no seu soneto LÍNGUA PORTUGUESA, no primeiro verso onde se lê "Última flor do Lácio, inculta e bela", inculta porque já naquele tempo sofria maus tratos, e continuava bela...

Num país gigante como o nosso, seu regionalismo, suas diferenças sociais levam a população a falar alguns dialetos, ou modificações na pronuncia na linguagem coloquial, tornando-se as palavras em seres vivos mutantes, como numa fluidez de água corrente, misturam-se idéias, confunde-se, tornando-se sua "foz" mais forte, mais sonora e dinâmica, criando assim a sua identidade própria.
A discriminação, preconceito, e menosprezo a alguém que fala com erros na pronuncia, não faz sentido, e chegam e ser cruéis, porque a culpa não lhes cabe e todos nós sabemos disso, mas mesmo assim nas suas colocações e a ignorância da sintaxe não quer dizer que não estão falando corretamente língua portuguesa, que na sua complexidade poderíamos cometer enganos ao apontar algum erro nesta linguagem, que possivelmente estariam corretos graças a muitas variantes regionais e dialetos, que são genuinamente populares dentro da cultura e já arraigados.

Assim justamente com capacidade de se eternizar, definindo a nossa brasilidade.

Exemplos como bravo e brabo, assobiar e assoviar; é um processo que já ocorria no Latim Vulgar e se transferiu para nossa língua, sendo ainda muito presente também no Norte de Portugal, onde se ouve, por exemplo, barrer onde diríamos varrer; nesta formação de derivados já existe sinais no Rio Grande do Sul entre bravo e brabo da adoção exclusiva de brabo, assim estas alternâncias de fonemas aparecem com frequência, entre muitos outros.

Portando estas variantes linguísticas, são típicas de determinadas comunidades, ou regiões, enriquecendo o patrimônio cultural da língua portuguesa, que desde a sua origem lá no Lácio até os dias de hoje houve modificações, palavras e fonemas que foram criados no seio da população, onde sentimos o pulsar da vida, a existência povo brasileiro, magnificamente retratada nas obras de João Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha, Érico Veríssimo, Ariano Vilar Suassuna, nas músicas raiz, literaturas de cordel, que são imortais etc.

Quem faz a língua são os falantes, os gramáticos apenas a estudam, se não fosse assim, ainda estaríamos falando a língua do tempo de Camões. Em verdade, nosso repúdio deveria estar na prática dos estrangeirismos, que é confundido com elegância e civilidade, num delírio passivo ao domínio estrangeiro, e na linguagem simplificada na internet, que amputam sem direito a prótese. Também a infiltração de outras culturas merece o nosso repúdio, como o dia das bruxas (halloween), pois ignora nosso rico folclore, enraizado nos mistérios das religiões africanas e outras que ajudaram a formar o caráter do verdadeiro povo brasileiro.

"Ah! Como gostaria deslizar sobre as palavras da nossa língua portuguesa, expor idéias, sentimentos, ser um transmissor das impressões dos personagens que por mim passam cada um com suas histórias, que sofrem calados num mundo coletivo e individualista, que só a iniquidade é levada a sério, e o amor confundido com a hipocrisia".

O motivo que escrevi este texto foi a discordância com algumas pessoas que no alto de seus pedestais, às vezes ridicularizam algum deslize no linguajar de alguém que não teve a mesma oportunidade de se aprimorar nos estudos, e ficaram pelas estradas da vida criando novos dialetos, novas palavras, enriquecendo a nossa língua BRASILEIRA, assim e a eles que devemos a nossa identidade Brasileira, e não a quem fica macaqueando os estrangeiros.