domingo, 29 de dezembro de 2024

A arte de não ficar doente.



  • Se você não quer ficar doente ...
Fale sobre seus sentimentos.
Emoções e sentimentos que ficam ocultos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dor lombar, dor na coluna. Com o tempo, a repressão de sentimentos degenera em câncer. Por isso, vamos ser honestos, confiar, partilhar a nossa intimidade, os nossos “segredos”, os nossos erros!… O diálogo, o falar, as palavras são um remédio poderoso e uma excelente terapia!
  • Se você não quer ficar doente ...
Tome decisões.
O indeciso fica na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber desistir, saber perder vantagens e ganhar outras. Pessoas indecisas são vítimas de problemas nervosos, gástricos e de pele.
  • Se você não quer ficar doente ...
Soluções.
Pessoas negativas não obtêm soluções e os problemas aumentam. Eles preferem a lamentação, a fofoca, o pessimismo. Melhor acender um fósforo do que lamentar a escuridão. Uma abelha é pequena, mas produz a coisa mais doce que existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.
  • Se você não quer ficar doente ...
Não viva das aparências.
Quem esconde a realidade, finge, posa, quer sempre dar a impressão de estar bem, quer ser perfeito, bem-humorado, etc e está acumulando toneladas de peso. Uma estátua de bronze com pés de barro. Nada pior para a saúde do que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.
  • Se você não quer ficar doente ...
Aceite-se
A auto rejeição, a falta de autoestima, faz com que nos tornemos alheios a nós mesmos. Ser você mesmo é o cerne de uma vida saudável. Quem não se aceita é invejoso, ciumento, imitador, competitivo, destrutivo. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.
  • Se você não quer ficar doente ...
Confiar.
Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria relações estáveis ​​e profundas, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, sem relacionamento. Desconfiança é falta de fé em si mesmo, nos outros e em Deus.
  • Se você não quer ficar doente ...
Não viva sempre triste.
Bom humor, risos, descanso, alegria, restaura a saúde e traz vida longa. A pessoa feliz tem o dom de iluminar o ambiente onde vive. "O bom humor nos salva das mãos do médico." Felicidade é saúde e terapia.

A Ciência da Vibração

O poder do pensamento



domingo, 10 de novembro de 2024

Machado de Assis - Metafísica das Rosas (conto)

 



“Metafísica das Rosas” é um conto com ares de parábola, de Machado de Assis (1839-1908). 

Começa com “No princípio, era o Jardineiro”, o que imediatamente nos remete às escrituras da Bíblia Cristã. No conto, Machado explora passagens bíblicas que tratam da criação do mundo: [Gênesis 1:1-3] e [João 1:1-5]. 
O Bruxo recorre novamente à criação do homem e da mulher, criando ele a partir de um tronco de palmeira e um sopro; e ela, de um tronco de laranjeira e um sopro. 
O homem e a mulher surge nesse jardim de delícias, o Jardim do Éden, justo quando as rosas (que são os pensamentos do jardineiro) estavam insatisfeitas; tiveram uma mudança de comportamento para o triste, porque desejavam a “contemplação de outros olhos”. 
Esse é um dos “contos abandonados” do Bruxo do Cosme Velho. O que significa que, após sair na Gazeta de Notícias em 1º de dezembro de 1883, ele não o incluiu nas coletâneas posteriores: “Histórias sem Data” (1884) e “Relíquias de Casa Velha” (1906). 
O conto voltou a sair após a sua morte, em 1908. Mas ao que tudo indica, alguns desses textos abandonados, possivelmente o foram, pelo fato de que Machado estava empregando ainda mais estudos no assunto. Aqui, por exemplo, há a fixação em Metafísica. Neste texto há muitas camadas, diversas pétalas a se conhecer. Boa leitura!


Livro autografado Verde Amadurecido de Daiana Pasquim: escreva para  leituradeouvido@gmail.com






terça-feira, 15 de outubro de 2024

15 DE OUTUBRO UM DIA ESPECIAL: PROFESSOR É SEU DIA.

DIA DO PROFESSOR...

Esse dia que deveria ser especial, comemorado com grandeza com a dignidade das grandes homenagens.
Mas não, nossos governos são indiferentes a essa GRANDE CLASSE DOS MESTRES, sim MESTRES, pois não seria justo dize-los profissionais, pois todos somos e formados por eles. E MESTRES, são pessoas de um dom supremo e sobrenatural de ensinar o futuro.
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Na história da humanidade as pessoas que tiveram o título de MESTRE foram grandes, apenas exemplificando o maior: Jesus Cristo, e posteriormente vieram outros que citamos aqui  São Francisco de Assis, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Pe. José de Anchieta, Buda, Madre Teresa de Calcutá, Padre Pio Pietrelcina, Santo Augustinho, Paulo Freire etc.
Nesses tempos terríveis onde nossos MESTRES são mortos, atacados, desestimulados, mas não desistem, eles continuam na sua nobre missão de mostrar o caminho de ensinar...













Uma homenagem especial a Heroína da creche de Janaúba(MG):




Professora Heley de Abreu Silva Batista, 43 anos. 
Uma guerreira, que mesmo estando em chamas lutou para impedir a morte de várias crianças em um incêndio criminoso numa creche em Janaúba (MG) 
Ficou com 90% do corpo queimado. E acabou falecendo... 05/10/2017 Hoje os brasileiros choram e lamentam: Pela morte da professora heroína: Heley 
Pelos queimados hospitalizados lutando pela vida 
Pelas criancinhas mortas O Brasil está de Luto! 
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O autor do ato criminoso: Damião Soares tinha 50 anos faleceu no mesmo dia! Ele foi o responsável pelo incêndio criminoso, tinha transtorno mental e premeditou o crime.





Clique AQUI e conheça mais sobre a professora Heley




quinta-feira, 10 de outubro de 2024

A Biografia de ANTON TCHEKHOV

 

Anton Tchekhov (1860-1904) é o mestre do conto moderno. 

Ele dizia que “A medicina é minha legítima esposa; a literatura, minha amante”. 
Formado médico em 1884, foi um dos dramaturgos russos mais famosos do século XIX. Considera-se que Tchekhov renovou o conto mundial por defender que “a brevidade é a irmã do talento”. 
Nota-se em suas histórias que ele não se preocupava em dar todos os desfechos, atuava com paradigmas técnicos e estilísticos que consagraram escritores como Machado de Assis e Jorge Luís Borges. 
Seus protagonistas são pessoas comuns, normalmente pobres, vivendo situações cotidianas. Ele abordava a condição humana e as relações sociais.

Sociedades fracassadas:




Quando perguntado ao escritor russo Anton Tchekhov sobre a natureza das sociedades falhadas, ele respondeu:

Nas sociedades fracassadas, há mil tolos para cada mente fraca, e mil palavras podres para cada palavra consciente. A maioria é sempre a idiota, e a inteligente prevalece constantemente. Então, se você vir tópicos triviais liderando discussões em uma comunidade e tópicos triviais no topo da cena, você está falando de uma sociedade muito fracassada.

Por exemplo, músicas e palavras sem sentido encontram milhões de pessoas dançando e cantando, e o dono da música fica famoso, conhecido e amado. 

Até as pessoas têm suas opiniões sobre questões de vida e sociedade.

Quanto a cientistas, escritores e autores, ninguém os conhece e ninguém lhes dá valor ou peso. A maioria das pessoas adora besteiras e intoxicação. 

Alguém que nos adormece para nos fazer perder a cabeça, e alguém que nos faz rir com besteiras, é melhor do que alguém que nos acorda para a realidade e nos machuca dizendo a verdade. 

Por isso a democracia não é boa para comunidades ignorantes, porque a maioria ignorante decidirá o seu destino

Fonte Perfil Facebook  Claudia Brito de Portugal 


quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Aula Espetáculo de Ariano Suassuna no Teatro Nacional, em Brasília

 


Parte do projeto "Ariano Suassuna - Arte como Missão", esta aula-espetáculo do escritor Ariano Suassuna foi realizada em defesa da cultura brasileira e da identidade nacional. 

O evento é marcado pela convicção do escritor de que a arte é "missão, vocação e festa". 
O espetáculo foi gravado na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional, em Brasília, em julho de 2013. 

Publicado pela primeira vez na internet em 01/08/2013


domingo, 25 de agosto de 2024

Michael Jackson - Heal The World - Tradução

 




Cure o Mundo "Pense sobre as gerações e elas dizem:
Nós queremos fazer deste mundo um lugar melhor para nossos filhos e para os filhos dos nossos filhos.
Para que eles saibam que este é um mundo melhor para eles e saibam que podem fazer deste um lugar ainda melhor."




































sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Ariano Suassuna - Espetáculo de humor, amor, sabedoria e inteligência

 



Ariano Suassuna (1927 - 2014) foi dramaturgo, romancista, poeta e membro da Academia Brasileira de Letras Ariano. 
"O Auto da Compadecida", sua obra-prima, foi adaptada para a televisão e para o cinema. 
Sua obra reúne, além da capacidade imaginativa, seus conhecimentos sobre o folclore nordestino. 
Foi poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo, professor e advogado.

terça-feira, 25 de junho de 2024

A pipa.

By Gabriela do Amaral Ribeiro

Menina que dança
No mais lindo palco.
Tem a seus pés
O sopro do céu.
Pois que criança nunca quis
Ter em suas mãos esse controle?!
Não digo controle, e sim dar- lhe a vida.
Pois que homem nunca quis sentir
Tal liberdade alheia?!
E dança, gira, desce e sobe.
Sem medo ou vergonha
Por algumas horas ou até minutos...
Ela toca o céu.
E diverte o pequeno menino.
Ou menina a manusear.

A pipa
Nos ensina
A ser mais leves
Em nosso caminhar
E que a simplicidade
Chega no céu
Como um simples revoar...


terça-feira, 16 de abril de 2024

FIRST CLASSICAL CONCERT of 15-year-old Karolina Protsenko | Mendelssohn Violin Concerto

 



15 year old Karolina Protsenko is playing Mendelssohn Violin Concerto In E Minor as soloist with Orchestra Nova LA for the first time.
Karolina is playing on a Carl Becker violin Chicago 1937. Big thanks to Karolina's violin teacher Sam Fischer for nourishing her musical talent and being a great classical violin mentor for her. Condactor: Ivan Shulman Videographer: Sam Liu Soundman: Jeff Dollente


TRADUÇÃO DIRETA:

Karolina Protsenko, de 15 anos, toca o Concerto para Violino em Mi Menor de Mendelssohn como solista com a Orquestra Nova LA pela primeira vez.
Karolina está tocando um violino Carl Becker Chicago 1937.

Muito obrigado ao professor de violino de Karolina, Sam Fischer, por nutrir seu talento musical e por ser um grande mentor de violino clássico para ela.
 
Condutor: Ivan Shulman
Cinegrafista: Sam Liu
Soundman: Jeff Dollente



sábado, 9 de março de 2024

”A população geral não sabe o que está acontecendo, e eles nem sequer sabem que não sabem. “ Noam Chomsky


A citação atribuída a Noam Chomsky, evoca um tema central na filosofia e na teoria do conhecimento: a questão da consciência e da ignorância. .

Chomsky, renomado linguista, ativista político e filósofo, aborda a ideia de que a maioria das pessoas não está ciente da verdadeira natureza dos eventos e fenômenos que ocorrem ao seu redor. Essa falta de consciência é dupla, pois não apenas as pessoas não possuem conhecimento sobre determinados assuntos, mas também não têm consciência de sua própria ignorância. 
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Essa reflexão nos leva a considerar a importância do conhecimento e da consciência na busca pela compreensão do mundo. A ignorância, nesse contexto, não é apenas a ausência de conhecimento, mas também a falta de consciência de nossa própria falta de conhecimento. É um estado de inércia intelectual, onde permanecemos presos em um ciclo de desinformação e ilusão. 
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A análise de Chomsky nos convida a questionar a natureza do conhecimento e a forma como o adquirimos. Ele sugere que a população em geral é frequentemente submetida a sistemas de poder e influência que moldam e limitam sua compreensão do mundo. Isso pode ser visto em várias esferas da sociedade, desde a mídia e a política até a educação e a cultura. 
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No entanto, essa análise não pode ser entendida como uma visão determinista e pessimista. Chomsky nos convida a despertar para a importância da busca pelo conhecimento e pela conscientização. Ele nos lembra que, embora possamos estar imersos em um ambiente de desinformação e manipulação, temos a capacidade de questionar, investigar e buscar a verdade. 
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A citação de Chomsky também nos leva a refletir sobre a responsabilidade individual e coletiva na busca pelo conhecimento. Se a maioria das pessoas está inconsciente de sua própria falta de conhecimento, cabe a cada um de nós buscar a verdade, questionar as narrativas dominantes e estar disposto a confrontar as verdades desconfortáveis. 
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Além disso, a citação de Chomsky nos convida a refletir sobre o papel da educação na sociedade. Uma educação que promova o pensamento crítico, a análise reflexiva e a busca pela verdade pode ajudar a combater a ignorância e despertar a consciência das pessoas. É através da educação que podemos capacitar indivíduos a se tornarem conscientes de sua própria ignorância e a buscar conhecimento de forma independente. 
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Em resumo, a citação de Noam Chomsky nos leva a refletir sobre a necessidade de consciência e conhecimento na sociedade. Nos desafia a questionar as narrativas dominantes, a buscar a verdade e a tomar a responsabilidade pela nossa própria busca pelo conhecimento. Somente através desse despertar individual e coletivo podemos transcender a ignorância e alcançar uma sociedade mais informada e consciente.


Conteúdo Perfil Facebook de  Jozelise Calgaro




quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

A THOUSAND YEARS - Christina Perri - Violin Cover by KAROLINA PROTSENKO

 


Aqui está - Karolina Protsenko de 15 anos ❤️🎙 🎻

Karolina Protsenko tem 15 anos e é violinista, nascida em 3 de outubro de 2008 na Ucrânia em uma família musical. Seus pais tocam violão e piano. 

A Família mudou-se para os Estados Unidos em 2015, quando Karolina tinha 6 anos. Ela   começou a ter aulas de violino no mesmo ano e tem formação clássica.  

Karolina começou a tocar no verão de 2017 em Santa Monica, CA. 

Ela tem 3 canais no YouTube e está  no Facebook e Instagram . 

Em menos de 4 anos a sua base de fãs cresceu para mais de 10 milhões de seguidores, em mais de 50 países. Seus vídeos no YouTube e outros sites de mídia foram vistos mais de 1 bilhão de vezes e ela apareceu no programa Ellen. Ela tem 2 irmãos mais novos incríveis. Ela sonha viajar pelo mundo com seus shows e deixar as pessoas felizes com sua música.









I Will Always Love You - Whitney Houston | AMAZING Mom Daughter Duet | Ella & Karolina Protsenko

 


My Heart Will Go On - Celine Dion (cover by Karolina Protsenko) - from Titanic

 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Programa Cada Vez Melhor com Amor-Exigente - 40 Anos de Alegria!

 




Programa exibido no dia 16/01/2024. Tema: 40 Anos de Alegria! Apresentação: Thiago Biancheti, Coordenador de Comunicação da Federação de Amor-Exigente - FEAE. Participantes: Eva Maria Lemos, Voluntária do Amor-Exigente; Luiz Fernando Cauduro, Presidente da FEAE; e Rogério Nastri, Diretor de Comunicação da FEAE. O programa é exibido todas as terças-feiras, às 19h, pela COMBRASIL TV: CLARO TV e VIA EMBRATEL - Canal 3 SKY e OI TV - Canal 28 GVT e VIVO TV - Canal 239 ou baixe o app da COMBRASIL.



domingo, 21 de janeiro de 2024

LEVANTA O POVO CHARRUA!



Charruas levados como “bichos de circo” para a França

Era uma fria manhã de 1834 na bela Lyon. Enquanto a cidade amanhecia, com seus odores de pão fresco e gentes malcheirosas, um homem jovem andava ligeiro pela rua ainda vazia.

Carregava nos braços um bebê.
Vestia-se pobremente e volta e meia olhava para trás, esperando ver soldados.
Os poucos transeuntes não sabiam, mas ali ia um valente cacique charrua, chamado Tacuabé.
Carregava a filha da também charrua Guyunusa que, como ele, fora aprisionada na região da Banda Oriental (hoje Uruguai), e remetida a Paris, como um bicho raro.
Eram quatro os índios levados para a França: Tacuabé, de 23 anos, Vaimaca, um velho cacique, Senaqué, um conhecido pajé charrua e Guyunusa.
Obrigados a se apresentarem em circos pelos arredores de Paris, sofrendo maus tratos e saudosos de sua terra, os charrua foram morrendo um a um.
O primeiro foi Senaqué, que definhou de tristeza, depois o velho Vaimaca.
Guyunusa, com pouco mais de 20 anos, tomada pela tuberculose, morreu em Lyon, deixando um bebê que se acredita fosse filha de Vaimaca.
Obteve de Tacuabé a promessa de que a garota haveria de ser livre.
E assim, tão logo ela fecha para sempre os olhos, o jovem charrua decida escapulir do circo, levando com ele a menina.
Os historiadores nunca acharam o rastro do cacique e da menina charrua, mas, se sobreviveram é possível que hoje o sangue charrua também corra em alguma família aparentemente francesa.
Porque se ser charrua é ser valente, não há dúvidas de que Tacuabé conseguiu garantir a vida, dele e da menina, naqueles longínquos e tristes dias.

Quem eram os Charruas?
Corria o ano de 1513 quando Juan de Solis chegou ao Rio da Prata e isso marcaria para sempre a vida dos povos que ali viviam desde há séculos.
O povo charrua era uma gente aguerrida que habitava as pradarias do que hoje é o Uruguai, a pampa argentina e parte do Rio Grande do Sul. Chamado de vale do rio Uruguai essa era uma região de coxilhas e muitas pradarias, espaço de ventos intensos tanto no verão como no inverno.
Além da gente charrua e do povo minuano, dividiam o espaço as capivaras, ratos do banhado, pecaris, veados, jaguatiricas e o mítico ñandu (a ema).
Já em 1526, o espanhol Diego Mogger relata em suas cartas sobre esses indígenas que eram vistos de longe, observando e sendo observados bem na entrada do Rio da Prata. Os espanhóis descreviam os charrua como uma gente moreno-oliva, de estatura média, pomo de adão saliente, dentes bons, rosto largo, boca grande e lábios grossos.
Os homens usavam cabelo bem comprido, muito lisos, e tinham por costume amputar um dedo da mão.
Já os minuano eram um pouco mais baixos, de fala baixa, melancólicos e igualmente acobreados.
Durante todo o processo de ocupação do território do que hoje é o sul da América Latina eles se mantiveram à distância, porque seu espaço era o interior e tantos os espanhóis quanto os portugueses preferiam se radicar nas margens do mar ou dos grandes rios.
Mesmo assim, desde a chegadas dos invasores muitas foram as escaramuças, principalmente com os charrua. Desde o ano de 1573 já é possível encontrar relatos de lutas com os espanhóis.
Eles viviam como grupos seminômades, em acampamentos estáveis, ora aqui, ora ali, seguindo o ritmo das estações.
Caçavam e plantavam coletivamente num território que, depois da invasão, ficou durante mais de dois séculos como fronteira não demarcada entre Espanha e Portugal.
Era visto pelos invasores como “terra de ninguém”.
Mas, ao contrário do que poderiam crer os que chegavam da Europa, aquele era um espaço já há centenas de anos ocupado não só pelos Charrua mas também pelos povos Minuano, Tapes, Chaná e até Guarani.
Ainda assim, apesar das lutas esporádicas, os originários eram ignorados.

“Sem alma”, diziam os padres.
Assim, para os europeus, Joãos e Marias ninguém.
Só que, na verdade, esses povos já tinham desenvolvido uma cultura.
Tinham uma organização comunitária e eram regidos por um conselho da aldeia.
As tarefas eram definidas, os homens caçavam e as mulheres cuidavam dos toldos que lhe serviam de abrigos.
Desenvolveram tecnologias eficazes para a caça como é o caso da boleadeiras, instrumento usado para derrubar os ñandus e bichos maiores.
Já cozinhavam a carne e produziam vasos de barro escuro, os quais serviam para uso doméstico.
Reverenciavam as forças da natureza e acreditavam na ressureição, uma vez que seus mortos eram enterrados com todos os seus objetos pessoais, para uso na outra vida. No verão andavam nus, no inverno se ungiam com gordura de peixe e usavam peles de animais.
As mulheres usavam uma espécie de fralda de algodão, hoje conhecida como xiripá, chamado por eles de cayapi.
Os homens usavam uma vincha (faixa de pano) na testa.
Toda a organização girava em torno do núcleo familiar.
Um homem quando queria se casar fazia o pedido ao pai da moça e já montava sua tenda.
A comunidade não tinha hierarquia, tampouco chefe, tudo era decidido no conselho.
Presos de guerra não eram escravizados, viravam família e se integravam na vida da comunidade.
Todo grupo tinha uma mulher velha que cuidava da saúde.
O grupo tinha por costume se reunir no cair da noite para planejar o dia seguinte, mas nada era imposto.
Era um povo livre e essa forme de viver iria, três séculos mais tarde, encantar o jovem Artigas, que seria um dos libertadores nas guerras de independência.

A ocupação espanhola
A vida dos charrua começaria a mudar radicalmente a partir de 1607 quando os espanhóis introduzem o gado bovino e equino na região e, como as pradarias não tinham fim, os animais se espalhavam chegando a gerar imensos rebanhos selvagens chamados de “cimarrón”.
Tão logo conheceram o cavalo, os charrua se encantaram com a beleza, a velocidade e a docilidade dos mesmos.
Trataram de aprender a lidar com eles e em pouco tempo era exímios cavaleiros, imbatíveis no lombo nu dos velozes cimarrón. Nas batalhas, eles se agarravam às crinas e permaneciam deitados de um lado, praticamente invisíveis aos inimigos.
Por algum motivo não sabido, charrua e cavalo passaram a ser quase como uma só criatura.
Por outro lado, foi justamente o crescimento exponencial do gado bovino o responsável pelo fim da mal arranjada paz no território charrua.
Como a carne e o couro eram artigos disputados pelo comércio da época, a região que antes era dominada pelos indígenas passa a receber levas de faeneiros (a mando dos espanhóis) e changueadores (aventureiros) que buscavam arrebanhar o gado selvagem para a venda aos ingleses. Essa mistura com a gente europeia e criolla vai enfraquecendo o já frágil domínio que os charrua tinham sobre o território da campanha.
Também é nessa época que ficam mais acirradas as relações com a gente branca que começava a adentrar para o interior, cercando terras e fazendo-as suas.
Em 1626 é a vez da chegada dos jesuítas que começam a criar missões para aldear os índios.

O objetivo era domesticar e converter.
Os guaranis foram mais suscetíveis ao discurso e a ação dos jesuítas, mas os charrua não quiseram nem saber.
Eram homens e mulheres livres, acostumados aos caminhos da pampa e não houve quem pudesse prendê-los, ainda que com discursos de salvação.
Diz a história que chegou a existir uma pequena redução charrua, em torno de 500 almas, mas não durou mais que quatro anos. Os charruas prezavam a liberdade e, acossados pela invasão branca, acabavam por realizar operações de saque nos povoados, em busca do fumo e da erva-mate. Por conta disso a relação com os colonizadores se acirrava cada vez mais. Naqueles dias começavam a surgir as estâncias, e o gado deixava de ser solto nas pradarias, sendo recolhido em grandes currais.
Assim, os animais livres escasseavam e os indígenas perdiam sua fonte de sobrevivência, passando a viver em estado de miséria. Sem terra, sem gado e sem comida, só restava o roubo.
Para os espanhóis e criollos que começaram a ocupar as terras da Banda Oriental, aquela “indiarada” começou a ser um problema e tanto.
Era preciso exterminá-los.
Foi nesse contexto que aconteceu a famosa “batalha de Yi” em 1702, quando os espanhóis decidiram encerrar a aliança que mantinham com os charrua e os minuano, e resolveram matar todo mundo.
Para isso, de forma perversa, contaram com a ajuda dos guarani, os quais já mantinham aldeados há anos.
E o resultado foi que mais de 200 charrua pereceram sob o exército de dois mil guarani. Outros quinhentos, levados como prisioneiros para as missões, foram assassinados pelos tapes, também orientados pelos jesuítas e chefes espanhóis.
Era o que os espanhóis chamavam de “limpeza dos campos”. Na metade do século muitos tinham sido passado pela faca e as mulheres e crianças mandadas a Buenos Aires e Montevidéu servindo como domésticas.
Ainda assim, vários grupos resistiram e seguiram vagueando pelos campos, vivendo de contrabando de gado e roubo.

Artigas, os charruas e a independência
São esses valentes que o jovem José Artigas vai encontrar nas cercanias das terras onde vivia com os pais, na imensidão da campanha gaúcha.
Desde bem guri ele fugia para as tolderias e aprendia com os charrua o valor da vida em liberdade.
Aprendeu suas táticas de guerra, sua cultura, sua forma comunitária de viver.
Quando então, finalmente, saiu de casa para não mais voltar, foi viver de aventuras como contrabandista de gado.
Abdicando de ser um “filho de fazendeiro” era com os irmãos charrua que ele vagueava pelos campos na única rebelião possível naqueles dias: pegar os espanhóis pelo bolso. Em 1797, quando decide entrar para o batalhão de Blandengles, Artigas já tem muito claro os seus objetivos. Inspirado por tantas lutas que assomaram contra o domínio espanhol, Artigas decide que, junto com os negros e índios – os mais explorados entre os explorados – vai comandar a luta pela independência da Banda Oriental.

E é assim que as coisas acontecem.
O soldado Artigas não é um soldado qualquer.
Ele pensa e propõe.
Tem do seu lado uma leva de homens livres que o seguem de livre vontade.
Não como um líder, mas como a um irmão. Acreditam nele e nos seus desejos de vida digna, de terra repartida, de vida comunitária. Esse legado, aprendido com os charrua, é o que vai comandar toda a proposta artiguista de libertação.
E é na valentia indígena que acontece a primeira grande batalha de Artigas, na comunidade de Las Piedras, em 1810. Armados apenas de facas, os comandados de Artigas colocam para correr os soldados bem armados da coroa.
Depois disso, são inúmeras as páginas da guerra, com Artigas e seu grupo de índios e negros, aos quais chamava de “povo de heróis”.
Com eles, praticava a política da soberania popular e da autodeterminação, gestando uma consciência de classe, de pertencimento, que se manteve firme até o massacre final. Nos acampamentos comandados por Artigas todas as coisas eram discutidas abertamente, cada soldado, cada mulher, cada ser, tinha direito a voz e voto.
Era essa gente que deliberava, Artigas apenas cumpria.
No primeiro grande êxodo, quando o povo seguiu com ele pelo lado norte do rio Uruguai, Artigas chegou a criar uma entidade sociológica, a qual dizia obedecer.

Era o “povo oriental em armas”.
Nunca traiu os seus companheiros e com eles levou a Banda Oriental à liberdade.
Mas, a história da libertação desta parte do sul do mundo tem também os seus traidores, que acabaram sendo os carrascos de Artigas e dos charrua.
Logo depois da independência, os interesses da elite criolla foram se consolidando e “aquela gente suja” que andava com Artigas acabou virando uma pedra no sapato. Ninguém queria que as ideias de reforma agrária, democracia e autodeterminação vingassem por ali.
A revolução artigista representava uma transformação radical nos métodos e práticas de governo.
A prioridade era a ação direta do povo.
As comunidades elegiam seus representantes de forma livre e era nas assembleias que se discutiam os temas relevantes da nação.
Este sistema foi cunhado como o “sistema dos povos livres”.
Pela primeira vez, depois da conquista europeia, o território voltava a ser das gentes. E a proposta defendida por Artigas era tão avançada que ele conseguia manter unidos os povos originários e os descendentes espanhóis sob o mesmo desejo: criar uma pátria nova, livre, soberana, onde cada um tivesse o mesmo poder.
Era coisa demais para as elites locais e para os que sonhavam em dominar a região, rica em carne e couro.
Foi aí que começou a se gestar o processo de destruição de Artigas e de seu povo.
Através de intrigas e difamações, o comandante é escorraçado do Uruguai, partindo para o exílio no Paraguai.
Com ele seguem dezenas de famílias charrua, decididas a compartilhar sua derrota.
Mas, outros tantos permanecem no território uruguaio e passam a ser vistos como um perigo em potencial.
Eram homens livres e não haveriam de aceitar a perda das terras e de todo o ideário construído com Artigas.
O presidente da nação recém-criada, Fructuoso Rivera decide então chamar os charrua para uma armadilha.
Corre o ano de 1831, num cálido abril, quando Fructuoso envia convites a todas as tolderias charrua para um encontro em Salsipuedes. Pede a ajuda dos indígenas para defender as fronteiras contra os portugueses.
Os charruas acorrem, solícitos, em defesa da pátria oriental, a qual aprenderam a amar como sua.
Eles chegam, armam seus toldos e esperam pelo presidente.
Ele nunca chegaria.
Durante a noite, enquanto os indígenas dormem, o exército ataca.
A ordem é matar todo mundo.
Nenhum charrua deve sair vivo.
O que se vê na manhã seguinte é um banho de sangue.
O povo charrua está exterminado.
Os poucos que restam vivos são vendidos como escravos.
A nova nação se vê livre do incômodo: o valente povo charrua que, na verdade, foi o protagonista da liberdade.
Entre os “escravos” levados para Montevidéu seguem Vaimaca, Senaqué, Tacuabé e Guyunusa, que dois anos mais tarde são levados como “bichos de circo” para a França. Subsumidos como criados e perdidos de sua liberdade o povo charrua originário do Uruguai vai se apagando, até deles não restar mais vestígios.
Alguns poucos homens que sobrevivem ao massacre de Salsipuedes, comandados pelo cacique Sepé atravessam o rio Uruguai pela cidade de Quaraí, e passam para o lado português, indo, mais tarde, se integrar às colunas do exército farrapo que iniciou a luta pela independência na região do Rio Grande do Sul.
Misturados aos minuanos e tapes, eles irão escrever páginas gloriosas no chão brasileiro, mas, igualmente derrotados, também desaparecem na poeira da história.
O Fim?
Até o final do século XX era dado como certo que o povo charrua era uma gente extinta. Dela restava só a memória daqueles anos longínquos da independência.
Mas, pouco a pouco, pessoas foram se deparando com suas raízes, descobrindo seus ancestrais.
Descendentes da gente charrua que passou para o Paraguai com Artigas, do grupo que cruzou o rio Uruguai e veio para o Brasil, dos que sobreviveram como escravos ou empregados domésticos.
A história charrua voltou a ser contada, palavras da língua original começaram a ser lembradas e a vida brotou.
O povo charrua foi assomando nos descendentes e hoje já são milhares os que se autodenominam assim.
Há uma organização do povo charrua no Uruguai e outra no Rio Grande do Sul.
Não há um território específico sendo reivindicado ainda, mas já se sabe que no início de 1900 havia um pequeno grupo fixado na região de Tacuarembó, no Uruguai, bem como atualmente há um grupo vivendo em comunidade próximo à Porto Alegre.
Para os descendentes o mais importante agora é recuperar a história.
O povo do Uruguai precisa saber que só é livre porque um dia o povo charrua se levantou em armas, junto com Artigas, e defendeu as fronteiras ajudando a criar a nação.
O povo do sul precisa saber que os charrua foram enganados, massacrados, mas ainda assim deixaram viva a sua marca.
Não é sem razão que na entrada de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a estátua que representa a cidade é uma figura que é um misto de paisano e charrua.
O famoso “laçador”, apesar de um semblante bem paisano, aparece com o xiripá, a vincha na testa e a boleadeira, elementos típicos da cultura charrua.
E, hoje, já no século vinte e um, os charruas se levantam e se mostram.
Tanto que no dia 9 de novembro de 2007, após uma luta que já durava 172 anos, a Câmara Municipal de Porto Alegre reconheceu a comunidade charrua como um povo indígena brasileiro.
Considerado extinta pela Fundação Nacional do Índio (Funai), essa foi uma vitória fundamental.
O evento foi organizado em conjunto pelas comissões de Direitos Humanos da Câmara Municipal, da Assembleia Legislativa e do Senado Federal.
Há informações de que existem mais de seis mil charruas nos países que compõem o Mercosul.
Só no Rio Grande do Sul, são mais de quatrocentos índios presentes nas localidades de: Santo Ângelo, São Miguel das Missões e Porto Alegre.
A terrível sentença de Fructuoso Rivera não se cumpriu.
O povo que dominava todo o território da Banda Oriental não foi exterminado.
Ele vive e avança!
Fonte: Livro Lengua y Costumbres de los Charruas.🇺🇾
Professores: Sixto Perea e Alonso